No Brasil, 67% dos estudantes universitários consultados afirmaram que enxergam mais valor em sua educação hoje do que jamais antes. Eles também disseram ter desenvolvido tanto habilidades técnicas (como competências tecnológicas e digitais) quanto comportamentais (como adaptação, flexibilidade e automotivação) durante a pandemia.
No grupo de pais, 90% dos brasileiros disseram ter passado a assumir um papel mais ativo na aprendizagem de seus filhos, e 97% acreditam que essa mudança será permanente. 87% também esperam que o contexto do último ano leve a um aumento do interesse de seus filhos por temas sociais e cívicos, tais como educação, saúde, equidade racial e mudanças climáticas.
Considerando o conjunto de quatro países, 86% dos pais e 77% dos estudantes preveem que as escolas passarão a ter mais recursos tecnológicos no pós-pandemia. A grande maioria dos respondentes (81% dos pais e 76% dos estudantes) também espera que suas comunidades se tornem mais preparadas para superar desafios.
A Pearson conduziu o estudo em parceria com a Morning Consult, empresa global de inteligência de dados sediada nos Estados Unidos. Ao todo, foram ouvidos 2 mil estudantes universitários e 4 mil pais de alunos com idades entre 11 e 17 anos, por meio de entrevistas online. Os resultados são representativos da população com acesso à internet em cada país, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
“A pandemia da Covid-19 trouxe à tona grandes incertezas relacionadas ao universo do trabalho, não só pelo medo de a crise levar à perda de emprego como também pelas mudanças que vieram e ainda virão no que diz respeito a formas de trabalhar e novas habilidades que serão demandadas dos profissionais”, afirma Juliano Costa, vice-presidente de Produtos Educacionais da Pearson Latam. “Com isso, a valorização da educação aumenta à medida em que as pessoas enxergam nela o caminho que as levará a estarem preparadas para responder a esses desafios”.
Outras descobertas desta edição da Global Learner Survey incluem:
• A aprendizagem online chegou para ficar. 90% dos pais e estudantes universitários nos quatro países acreditam que alguma forma de aprendizagem online sempre fará parte da educação daqui para frente. 46% dos pais e 64% dos estudantes enxergam o ambiente online ou híbrido como ideal para a aprendizagem, mesmo para depois que a pandemia acabar. No Brasil, 63% dos estudantes esperam que mais alunos de ensino superior frequentem aulas online ao invés de ambientes de educação tradicionais ao longo dos próximos dez anos.
• Acesso à internet como direito humano. No Brasil, 97% dos pais e 95% dos estudantes acreditam que a pandemia mostrou que o acesso à internet é um direito humano básico. Além de estar acima da média dos quatro países (87% para ambos os grupos), o Brasil é o que teve mais respondentes concordando com essa afirmação. No universo global da pesquisa, 90% dos pais e 92% dos universitários disseram esperar que os governos façam mais para garantir que os alunos tenham acesso à internet e a ferramentas digitais.
• A disrupção educacional pode afetar a saúde mental de uma geração. 81% dos estudantes universitários no Brasil afirmam que o impacto da pandemia na aprendizagem tem sido uma fonte significativa de estresse e ansiedade. Já os pais brasileiros, ao mesmo tempo em que se mostram preocupados com os efeitos duradouros deste momento sobre a saúde mental da atual geração de estudantes (79%), também esperam que essa geração se torne mais resiliente diante das adversidades (78%).
• As pessoas acreditam em um futuro positivo no pós-pandemia. 81% dos pais e 77% dos estudantes universitários nos quatro países esperam que a educação se torne acessível para mais pessoas após a pandemia. 70% dos pais e 71% dos estudantes concordam que o atual momento ensinou as pessoas a serem mais cuidadosas e compreensivas umas com as outras. Eles afirmam que suas famílias se tornaram mais próximas (85% dos pais, 71% dos estudantes) e esperam que elas continuem próximas depois da pandemia (89% dos pais, 75% dos estudantes). No Brasil, 70% dos estudantes universitários passaram mais tempo com seus pais ao longo do último ano.