O designer gráfico especialista em marcas, Tanous O’Azzi, venceu o concurso para criação da identidade visual comemorativa aos 125 anos do Teatro Amazonas, lançado pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC), por meio da Agência Amazonense de Desenvolvimento (AADC).
Ser filho do Celdo Braga é um peso e uma super responsabilidade. Qual a influência do seu pai na sua carreira profissional?
Ser filho dele nuca foi um peso mas responsabilidade, sim. Meu pai tem um nome de peso no nosso cenário artístico e queria um dia poder dar orgulho pra ele, independente do rumo que minha vida tome. E é aí que a influência dele entra, mas uma influência muito sútil, pois ele sempre nos deu muita liberdade para escolher os caminhos da nossa trajetória, sempre nos apoiou. Ele me mostrou o mundo do design gráfico quando me apresentou ao Designer Marcicley Rego, que veio a ser meu primeiro empregador. Foi meu primeiro emprego, ou melhor, estágio, quando tinha uns 15 ou 16 anos. Ainda estava no colégio quando me encantei por tudo que vi, e ali eu percebi que era aquilo ou algo parecido com aquilo que eu queria pra minha vida profissional. E aqui estamos dando entrevista para o Guto por ter ganho um concurso de um Marco histórico, os 125 anos do nosso lindo Teatro Amazonas. Devo ter dado jus ao nome dele, né? O velho tá todo orgulhoso.
Como fui o início da sua carreira profissional?
Sou designer formado há 12 anos pela faculdade Martha Falcão e por lá mesmo já fui me destacando em matérias voltadas para identidades visuais e embalagens. Foi quando percebi que tinha vocação para essa área do design gráfico. Por ter um certo destaque fui chamado para trabalhar na uma agência de um professor e por lá eu fiquei por 5 anos – aprendendo, aperfeiçoando e me encantando cada vez mais por essa profissão. De lá fui diretor de criação de um órgão do Governo do Estado (Polícia Civil) e em paralelo a isso fui montando o minha própria cartela de clientes, focando em projetos de IV. Também fui convidado a ser Coordenador de Look dos Jogos Olímpicos de 2016, onde eu tive a honra de participar e aprender muito com o evento. Foi quando decidi montar meu próprio escritório, chamado na época de O’Azzi Design, que era um escritório voltado para criação de projetos de design gráfico em geral, mas o que tinha maior procura eram os projetos de marca. Por fim, hoje sou co-founder da Oto para Marcas em parceria com meu sócio André Buiati.
Como foi e quanto tempo durou o processo de criação da identidade visual do Teatro Amazonas?
Grande parte da minha infância, adolescência e fase adulta foi dentro do Teatro Amazonas. Meu pai é Celdo Braga e todos os anos tinha pauta no teatro com seus grupos musicais. Então eu sabia e admirava cada detalhe daquele lugar. Conheci todas as partes do Teatro, sabia das histórias, brincava com as estátuas e por aí vai. Quando criança eu achava tudo muito robusto, e hoje como designer com um olhar mais apurado eu vejo que tudo é muito delicado, a forma como foi adornado, moldurado, construído. Então quis trazer essa delicadeza para a marca, com inspiração que vem desde os arcos da construção da cúpula ao formato das luminárias e postes, mas principalmente queria expressar na marca a ideia de interação e flexibilidade. Trouxemos também uma paleta inspirada na época de ouro da borracha e também da Belle Époque percebida na tipografia. Fechamos com um apoio para marca criando um padrão que é a união do grafismo do piso do largo com os losangos da cúpula, ainda com a ideia de interação que existe entre esses pontos turísticos manauaras.
Como foi receber o resultado de que a sua proposta havia sido escolhida?
Poderia dizer que me sinto muuuuito feliz e realizado, pelo fato de ser reconhecido como designer de marcas e principalmente pelo Teatro Amazonas fazer parte da minha vida. Essa marca não expressa só os 125 anos dele, mas também o meu envolvimento com ele. Me sinto honrado.
