Profissionais das áreas administrativas e comerciais são os mais estressados, revela estudo

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Young business man under stress with headache and migraine

O Brasil está entre os países com maior índice de estresse no mundo: 70% da população ativa já apresentou ou possui sintomas de estresse, de acordo com dados da Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse Brasil (ISMA-BR). A rotina de trabalho, por muitas vezes, é a responsável por elevar os níveis de estresse da população que, durante a pandemia, passou a trabalhar mais e por mais horas devido ao aumento de produtividade imposto pelo trabalho remoto.

Em um levantamento realizado pela Eurekka, maior rede de saúde mental do Brasil, foi identificado que carga de trabalho intensa, prazos inatingíveis, conflito de combinados e outros, são alguns dos fatores que impactam a saúde mental dos trabalhadores. Ao analisar os setores com maiores taxas de estresse, encontrou-se que os mais atingidos são o comercial e o administrativo, com alto nível de estresse. Em contrapartida, os menos afetados são os setores de Gestão e Recursos Humanos (com níveis moderados).

O estudo constatou, ainda, que as mulheres sofrem mais de estresse do que os homens. Elas obtiveram uma média de pontuação de estresse de 25,22 (o que é considerado alto), enquanto o público masculino contou com média de 22,30 (considerado moderado). O acúmulo de tarefas entre as profissionais mulheres, que em alguns cenários precisam conciliar atividades domésticas não apenas com as do trabalho, mas também com cuidado das crianças, por exemplo, pode ser um dos fatores para esta sobrecarga.

Para o psicólogo Júlio Pereira de Souza, fundador e CEO da Eurekka, o estresse é um ponto de partida para o desenvolvimento de patologias mentais. “O estresse pode surgir de diversas formas, mas muitas vezes está ligado ao ambiente de trabalho. Por isso, é fundamental que as empresas cuidem da saúde mental de seus funcionários. Logo que os sintomas são identificados precisam ser tratados e acompanhados para não desencadear doenças psicológicas, como depressão e ansiedade”, afirma o especialista.

Além do estresse, sintomas de ansiedade e depressão também são comumente encontrados em um ambiente desgastante de trabalho. Os números reunidos pela startup mostram que nesses quesitos, as mulheres apresentam média 17,50 (alta) para ansiedade e os homens média de 14,06 (moderada).

Em relação aos sentimentos vivenciados pelo trabalho, o público masculino também obteve resultados mais positivos na pesquisa. Em uma escala de 20 a 100 pontos, quando perguntados sobre afetos positivos sentidos no trabalho, os homens tiveram uma média de 52,36, o que é considerado um resultado intermediário. As mulheres, por sua vez, apresentaram média de 48,16, considerada baixa. “Analisando a pesquisa, enxergamos o que há muito já vem sendo alertado: as mulheres ainda sofrem maiores dificuldades nos seus ambientes de trabalho e isso reflete negativamente na sua saúde mental”, ressalta o fundador da Eurekka.

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