Dopamine décor: o estilo que estimula o prazer a felicidade nas pessoas

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De uns tempos para cá, fala-se muito da dopamina, um neurotransmissor produzido em nosso cérebro para a boa qualidade de nossas vidas. Com ela em equilíbrio, vivemos mais felizes, dispostos e com outras funções reguladas em nossos corpos. Não demorou muito para que o conceito dopamine décor viesse à baila, já que a arquitetura de interiores busca prover sensações semelhantes em nossas casas: alegria, identidade e bem-estar. 
“Depois que o termo começou a ser disseminado, por conta de uma trend no TikTok, entendi que eu já trabalhava com esse modo de pensar há muito tempo”, afirma arquiteta Cristiane Schiavoni, que defende a decoração como uma ferramenta poderosa de cuidado emocional.
Tudo isso diz respeito ao prazer de estarmos em casa“, sintetiza. Ao invês de ambientes frios, impessoais ou excessivamente planejados para impressionar, o décor com dopamina propõe algo mais íntimo: espaços como reflexo do que nos faz bem. A profissional relata que cores vibrantes, objetos com histórias, lembranças de infância e até mesmo peças excêntricas compõem essa linguagem que toca o coração e a alma.
Ton sur ton na paleta do dormitório, o papel de parede que a arquiteta Cristiane Schiavoni escolheupara a cabeceira se estende até o teto e não figura sozinho. Compondo o ‘L’, atua como base para omonograma do casal | Fotos: Carlos Piratininga
Para a profissional, o estilo se propõe a conceber ambientes que sejam moldados não por modismos, mas com estímulos que gerem alegria genuína dentro de uma liberdade estética e forte conexão emocional com quem vive ali. “Conforme pesquisas no campo da neurobiologia, quando nosso cérebro se depara com uma estética agradável, ele se ativa tal qual o frisson que sentimos estamos apaixonados”, compara.
Emoções em cada cantoNo home theater dessa residência, a arquiteta Cristiane Schiavoni creditou ao laranja, combinadocom as nuances de azul no tapete, a expressividade do ambiente | Foto: Carlos Piratininga
Na opinião de Cristiane, inserir dopamina na arquitetura de interiores implica em ativar diretamente nossa saúde mental, pois uma vez que os elementos escolhidos acessem um sentido emocional, o morador cria uma atmosfera que acolhe e energiza. 
Pensando que nossos esforços estão sempre ligados em promover o bom humor como forma de aliviar sintomas de depressão, estresse e ansiedade, a aplicação de cores vivas, tecidos com texturas prazerosas, móveis herdados de parentes e fotos de momentos especiais contribuem para o sentimento de pertencimento. 
Sem medo de investir nas cores, à direita a arquiteta Cristiane Schiavoni ousou aodesignar o azul como o protagonista da cozinha | Fotos: Carlos Piratininga
Na sala de banho dos moradores, a arquiteta Cristiane Schiavoni investiu na presença exuberantedo revestimento marmorizado azul e a marcenaria vermelha | Fotos: Carlos Piratininga
Sem regras, só afetoCada centímetro deste living é ocupado com propósito e destemor. Estampas, texturas e cores vibrantesconvivem em perfeita harmonia e entregaram uma atmosfera rica em camadas visuais. Da definição do papel de parede ocre à formatação da marcenaria roxa, a arquiteta Cristiane Schiavoni não inquietou-se com o excesso. Pelo contrário, celebrou, elegantemente, a personalidade dos moradores | Fotos: Carlos Piratininga
Ao contrário do minimalismo, que valoriza a simplicidade e a neutralidade, a decoração com dopamina celebra o excesso com propósito que, até certo ponto, segundo a profissional, a aproxima do maximalismo. “A diferença está na forma livre que caminha mais para o emocional do que o estético”, define.
No final da contas, ela diz que a chave está na autenticidade, não importando o viés decorativo que pode ser contemporâneo, boho, escandinavo, industrial ou uma mistura de todos. “O primordial é que o espaço reflita quem vive ali”, valida Cristiane.
Natureza e prazer andam juntosÀ esquerda, o jardim vertical trazido pela arquiteta Cristiane Schiavoni criou um painel verde elegante eacolhedor. À direita, a sala de jantar revela seu charme rústico com uma mesa de madeira maciça e bordasnaturais | Fotos: Rafael Renzo e Carlos Piratininga
A natureza também é uma aliada importante nesse tipo de decoração. Plantas, luz natural e até a vista da janela são aliadas na construção de ambientes que favoreçam o equilíbrio emocional. “Paisagismo é uma maneira eficaz de nos elevar. É terapêutico, bonito e acessível”, diz a arquiteta.
Dopamina para todosDa esquerda para a direita: na cozinha, o toque vibrante vem do mural japonês que transforma a parede em uma verdadeira obra de arte. Já no corredor, prevalece a intensidade da cor e do desenho trazido no papel de parede. No quarto do bebê, tons de verde e azul, em blocos geométricos, são lúdicos e acolhedores | Projetos da arquiteta Cristiane Schiavoni | Fotos: Guilherme Pucci e Carlos Piratininga 
Um dos grandes trunfos do dopamine décor é democratização do design que, na opinião de Cristiane, não exige um orçamento elevado. Ela se pauta em três perguntas essenciais: o que te faz bem? De que objetos você sente saudade? Que cores fazem seu coração vibrar? “No final de tudo, o que queremos entregar ao nosso cliente é o amor que sentirá pelo local onde vive”, conclui.

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