Como pacientes renais podem emagrecer com segurança?

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A prevalência de obesidade e sobrepeso entre pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) é elevada e diretamente associada à aceleração da progressão da doença e ao aumento do risco cardiovascular. A perda de peso, portanto, deve ser encarada como uma intervenção terapêutica essencial, com o objetivo de preservar a função renal, melhorar a saúde metabólica e reduzir a mortalidade cardiovascular.
 

“A perda de peso em pacientes com DRC não é apenas desejável, é uma necessidade clínica. Quando bem conduzida, pode retardar a progressão da doença e reduzir de forma significativa o risco de eventos cardiovasculares,” afirma o Dr. Bruno Zawadzki, Diretor Médico da DaVita.
 

Do ponto de vista nutricional, a intervenção deve ser cuidadosamente individualizada. Um dos principais pontos de atenção é o consumo de proteínas, que precisa ser ajustado conforme o estágio da doença e as necessidades do paciente. Embora dietas hiperproteicas sejam populares em estratégias de emagrecimento, estudos recentes demonstram que esse tipo de alimentação pode acelerar a perda da função renal.[i]
 

Além da alimentação, a prática de atividade física regular é altamente recomendada. Estudos demonstram que a combinação de exercícios de resistência e aeróbicos é eficaz na redução de peso corporal, melhora da função renal, controle da pressão arterial e glicemiai. Atividades como caminhadas e hidroginástica são ideais, promovendo benefícios cardiovasculares e metabólicos sem sobrecarregar os rins.
 

Em pacientes em estágios mais avançados da doença, especialmente em hemodiálise, a abordagem deve ser ainda mais criteriosa, com controle rigoroso da ingestão de líquidos e micronutrientes. Intervenções de perda de peso nesses casos devem sempre envolver uma equipe multidisciplinar.
 

É importante destacar que o uso de terapias farmacológicas modernas para controle de peso, como os análogos de GLP-1 (semaglutida e tirzepatida), tem demonstrado benefícios adicionais na proteção cardiovascular e na preservação da função renal, além de promover perda de peso sustentada. Pesquisas reforçam que essas terapias não apenas auxiliam no controle glicêmico, mas também reduzem a progressão da DRC e o risco de eventos cardiovasculares maiores.
 

“Mais do que reduzir números na balança, o verdadeiro objetivo é controlar os principais fatores de risco, preservar a função renal e garantir uma melhor qualidade de vida ao paciente,” finaliza Zawadzki.

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