Nascido e criado em Alfenas, Minas Gerais, Kadu Dantas teve o seu primeiro contato com a moda através de sua mãe, que sempre procurava referências sobre o assunto em São Paulo, Belo Horizonte e em publicações especializadas. Apesar desse contato inicial, moda não foi sua primeira opção. Tendo escolhido cursar odontologia, Kadu acabou desistindo da profissão um ano antes de concluir o curso e decidiu seguir sua verdadeira paixão, que sempre foi a moda.
Hoje, quem o acompanha nas redes sociais é facilmente impactado pelos conteúdos de excelência estética e conhecimento da moda masculina, que revertem em alto engajamento. Com mais de 308 mil seguidores somente no Instagram, Kadu, desde 2020, lançou-se em uma nova empreitada ao lado do marido, Peter Zawel: a Nutty Friends. A empresa é uma marca de manteiga de amendoim voltada para aqueles que se preocupam com uma alimentação saudável e nutritiva.
Com uma vida tão interessante quanto os looks que veste, Kadu tem muita coisa para contar. Na entrevista a seguir, o empresário e digital influencer fala sobre sua rotina, inspirações, processo criativo, desafios, projetos e muito mais. E já adianta: “ainda não conheço Manaus e o Amazonas. Preciso urgentemente visitar o Norte do Brasil como um todo e espero que isso aconteça em breve”. Confira:
1- Como a moda entrou na sua vida?
Desde de criança eu já me interessava por moda. Ficava observando meus pais – que são muito ligados à moda e, na adolescência, em Alfenas, nos anos 1990, me inscrevia no cadastro das marcas nacionais para receber os catálogos de moda para tentar me inspirar nos looks. Eu sempre tentava comprar, desde aquela época, peças que tinham um apelo mais diferente e praticava esse exercício para desenvolver meu estilo próprio.
2- Como é a sua rotina, tendo em vista que você é bastante querido nas redes sociais?
Minha rotina é bastante corrida, principalmente porque agora as viagens voltaram com tudo. Me desdobro em semanas de moda, criação de looks e conteúdos, além dessa rotina de viagens que envolve hotéis e companhias aéreas. Além disso, eu mesmo cuido das minhas redes sociais, desde a edição das fotos até na interação com os meus seguidores. Apesar de ter uma equipe, eu gosto de cuidar pessoalmente dessa parte para não perder o contato com quem me acompanha.
3- Quais suas referências e o que te inspira?
Minhas viagens são, definitivamente, meu maior poço de inspiração. Eu gosto de observar bastante o que está acontecendo nas ruas e trazer elementos fora do óbvio para o meu estilo. Além disso, tenho como referências personalidades que já são consagradas, como Harry Styles, a personagem Carrie Bradshaw (vivida por Sarah Jessica Parker), Pharrell Williams e George Clooney.
5- Como funciona o seu processo de criação?
Eu sou “old school”, da primeira geração de influenciadores. Digo isso pois eu mesmo gosto de criar meus looks. Não tenho stylist e alguém por trás fazendo esse trabalho. Acho importante ter a consciência de que eu inspiro quem me segue de maneira autêntica, com curadoria feita 100% por mim. Em todos os trabalhos com clientes sou eu mesmo quem vou na loja ou no showroom, que experimenta, escolhe e coordena os looks. É um processo que já acontece naturalmente, uma vez que tenho conheço o meu corpo e sei o que funciona ou não. Às vezes, faço um trabalho com algum stylist para ter uma outra visão da moda, pois acho importante. Mas eu que decido tudo. Por fim, meu processo de criação sempre caminha para looks que coloquem meus seguidores para pensar e sair da zona de conforto.
6- Quais os maiores desafios na produção de conteúdo sobre moda masculina?
Encontrar espaço para confrontar os preconceitos e estereótipos que ainda existem em torno deste segmento no Brasil. Moramos num país machista, que não tem cultura de moda e que ainda associa gostar de moda a ser gay – como se isso fosse algo negativo. Tudo isso impede bastante que meu conteúdo chegue mais longe. Além disso, há pouco investimento das marcas, sejam nacionais ou internacionais, no mercado de moda masculina. Porém esse cenário vem mudando um pouco com as redes sociais. O Instagram, principalmente, impulsiona as pessoas a quererem mostrar que estão bem vestidas e que possuem um lifestyle legal. Isso ajudou a mudar um pouco a visão do homem para este segmento, trazendo de volta, por exemplo, o universo da barbearia ao grooming masculino.
