Especialistas falam sobre retinoblastoma: doença que atingiu a filha de Tiago Leifert

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Nos últimos dias, Tiago Leifert e Daiana Garbin revelaram que sua filha, Lua, de 1 ano e 3 meses, foi diagnosticada com um tumor raro, o retinoblastoma. Enquanto a pequena segue em tratamento, o ex-apresentador do BBB e a jornalista afirmam que a missão de suas vidas passou a ser alertar outros pais para os perigos da doença.

Oftalmologista Thiago Russo

Pensando nisso, e compartilhando desta causa, convidamos três profissionais especializados para explicar detalhes sobre este câncer infanto-juvenil, considerado o tumor ocular mais comum em crianças, representando cerca de 3% dos cânceres infantis, chegando a uma média de 400 casos por ano. A seguir, confira tudo sobre a doença, seu tratamento, sintomas, como identificar e muito mais.

De acordo com o oftalmologista Thiago Russo, o retinoblastoma se origina na retina, localizada na parte interna dos olhos, e, apesar de ser o tipo mais comum de câncer de olho em crianças, ainda assim é uma doença rara.

“Ele é mais comum em recém nascidos e crianças pequenas. A idade média de aparecimento do tumor no momento do diagnóstico é de dois anos. O retinoblastoma raramente ocorre em crianças com mais de 6 anos de idade. O câncer pode ser hereditário. Cerca de 25% dos pacientes têm tumor nos dois olhos, que sempre é hereditário. Outros 15% têm o processo em um dos olhos e hereditário, e os restantes 60% têm doença em um olho não hereditário”, explicou Russo.

Identificando o problema

Oftalmologista Cecília Garcez

Segundo a oftalmologista Cecília Garcez, infelizmente, não há nada que possamos fazer para evitar este tipo de câncer. Por este motivo, ela alerta: é sempre importante realizarmos o diagnóstico precoce para preservar o olho e a vida do paciente.

“Os principais sinais da doença são o reflexo pupilar branco, conhecido como leucocoria ou olho de gato, e estrabismo, um desvio no olhar”, afirma Garcez. “O primeiro exame imprescindível é o chamado Teste do olhinho (teste do reflexo vermelho), realizado na maternidade. O exame com oftalmologista deve acontecer entre 6 meses e 1 ano, onde poderá ser diagnosticado após exames de fundo de olho e mapeamento de retina”, completou a especialista.

Garcez ressalta, ainda, que, em caso de suspeita de lesão, é necessário seguir a investigação com outros exames. “Dentre eles, a ultrassonografia ocular e a ressonância magnética, que investiga o tamanho do tumor, o comprometimento do nervo óptico e extensão da doença para outros órgãos”, reiterou.

Chances de cura e tratamento

Pediatra Rossiclei Pinheiro

A boa notícia, conforme a pediatra Rossiclei Pinheiro, é que a doença, se diagnosticada rapidamente e tratada em centros qualificados e especializados, pode ser curada, chegando a um índice médio de 90% de cura.

“Entretanto, o prognóstico não é tão bom se a doença estiver disseminada além do olho (quando tem metástases para o cérebro). A detecção precoce do retinoblastoma, além de aumentar as chances de cura, pode evitar sequelas provenientes do tratamento, permitindo preservar a visão e o olho”, afirmou Pinheiro.

Dependendo do estágio do tumor a criança pode necessitar enuclear (remoção do globo ocular) o olho. “Tratamentos como fotocoagulação, quimioterapia, radioterapia, crioterapia podem ser realizados. É aconselhável, para aqueles com retinoblastoma hereditário, realizar um acompanhamento ao longo da vida, pois são pessoas que podem desenvolver um segundo câncer após 30 anos”, concluiu Thiago Russo.

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