Estilista Carlos Bacchi visita o Amazonas e conta como experiência influencia suas criações

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Reconhecido com um dos maiores nomes da alta costura no Rio Grande do Sul, o caxiense Carlos Bacchi, considerado o queridinho das noivas, esbanja personalidade, estilo e cortes impecáveis. Além de ser um grande sucesso, Bacchi é também referência no mercado. Na entrevista a seguir, o artista relembra como a alta costura entrou na sua vida, fala sobre as referências e inspirações, revela os principais desafios da profissão e conta sobre sua passagem por Novo Airão. 

Como a alta costura entrou na sua vida? 

Foi uma coisa muito aleatória porque eu fiz educação física antes de fazer moda. Por incentivo da minha família e dos meus amigos, eu acabei tentando fazer algo relacionado à arte. Então, eu fiz vestibular, passei para o curso de moda e me apaixonei de cara. Meu primeiro contato já foi muito muito forte e, durante o curso, achava que iria trabalhar com roupa de esporte, que era uma coisa que eu gostava muito e ainda gosto. A alta costura e o vestido de noiva foi uma coisa muito por acaso. Fiz um evento e uma menina me pediu pra fazer o vestido de noiva dela. Como sou louco por um desafio, aceitei o trabalho e desde então me dediquei à área.

Como é a sua rotina,  tendo em vista que você é o queridinho das noivas? 

A minha rotina ultimamente tem sido uma coisa muito louca. Eu estou dedicando vinte e quatro horas para o ateliê e isso eu já faço há mais ou menos dez anos. Mas o ritmo acelerou ainda mais de setembro para cá, principalmente porque os eventos todos voltaram ao mesmo tempo e as coisas começaram a acontecer novamente.  

Quais suas referências e o que te inspira? 

Eu sou muito da natureza e eu gosto muito da vida. A vida para mim é uma coisa muito inspiradora. Estar aqui vivo é uma coisa que me inspira diariamente. Eu acho que é um grande presente que a gente tem estar vivo, convivendo e aprendendo diariamente com tantas pessoas, tantas coisas, tantas situações. Então eu levo muito a vida e tudo que envolve ela, como ser humano, as amizades, a natureza, como uma grande inspiração. 

Como funciona o seu processo de criação com uma cliente? 

O processo de criação de um vestido para uma cliente é totalmente diferente do processo de criação de uma coleção, por exemplo, do qual parte tudo de mim. Um vestido sob medida para uma cliente tem muito de sua história e suas referências. Então, quando é um vestido sob medida, a gente troca muita figurinha antes de começar a desenhar. Às vezes até a família que está junto vai dando sugestões, vai contando sobre a pessoa. Eu gosto de estudar bastante tudo isso que a pessoa diz e juntar com elementos e referências que o ateliê mesmo tem. A criação é um momento de jogar tudo isso dentro de um liquidificador e depois passar numa peneira para ver o que sai de legal. Então, em geral, leva de dez a doze meses para entregar o vestido. 

Quais os maiores desafios de vestir uma noiva? 

Eu acho que a questão de proporção corporal pra mim é o grande lance. É isso que faz a diferença no trabalho, é acertar as proporções para a pessoa ficar sempre com todas as partes do corpo valorizadas, é esconder o que tem de menos legal e valorizar o que tem de mais legal. 

Você esteve em uma das regiões mais incríveis do Amazonas: Novo Airão. O que você leva dessas experiências para suas criações?

A região de vocês é um lugar que eu nunca tinha imaginado conhecer, ainda mais durante a pandemia. Tinha muita vontade, mas achei que era uma coisa distante. E de repente surgiu a viagem para Manaus e para o Novo Airão. Além da experiência e das novas amizades, também trouxe um monte de coisas que estão aqui decorando o ateliê e a minha casa. O artesanato local, as técnicas e formatos da arte amazonense me inspiram muito. Essa viagem vai ficar para sempre na minha vida. Inclusive, estou morrendo de vontade de voltar. 

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