domingo, 30 junho, 2024
domingo, 30 junho, 2024

Farmácias portuguesas são oportunidade de trabalho para brasileiros

Em

O brasileiro que mora em uma grande cidade como São Paulo ou Rio de Janeiro e que caminha pelas ruas de Lisboa ou Porto tem a sensação de familiaridade não somente pelas placas dos estabelecimentos comerciais em português ou arquitetura dos prédios, mas também pela quantidade de farmácias – em alguns quarteirões, há até três delas, disputando clientela. De acordo com os últimos dados disponíveis do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), em 2022 havia em Portugal 2.921 farmácias e 197 postos farmacêuticos móveis, um mercado pujante que se reflete em incremento contínuo de vendas. Em abril deste ano, o mercado farmacêutico lusitano registrou um crescimento de 12% em volume e 14% em valor em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo a pesquisa “IQVIA Portugal – PharmaScope”.

Em Portugal, o mercado farmacêutico é dinâmico e competitivo, com várias redes de farmácias atuando neste segmento do varejo. No entanto, a distribuição das farmácias comunitárias ainda é desigual, com áreas rurais e remotas a enfrentar escassez desse serviço essencial de saúde. O termo “farmácia comunitária” é utilizado mundialmente para designar aquelas que atendem o público oferecendo não só medicamentos e outros produtos, mas também serviços de saúde. Além da abertura de mais farmácias deste tipo em regiões necessitadas, como em pequenas cidades e vilarejos, bem como a expansão de novas unidades de redes já existentes, uma outra necessidade é a formação de mão de obra especializada para trabalhar nelas. Por isso, uma das maneiras de ingressar no mercado de trabalho farmacêutico luso é fazer o curso de Técnico Auxiliar de Farmácia.

O técnico auxiliar de farmácia é o profissional que desempenha, sob controle e supervisão de um diretor técnico farmacêutico, tarefas como a recepção, conferência e armazenamento de medicamentos, produtos de saúde e outros itens regulados pela legislação portuguesa. Além disso, podem trabalhar em ervanárias (herboristerias), parafarmácias (estabelecimento comercial com venda limitada a medicamentos que não necessitem de receita médica), centros de dietética e hospitais públicos e privados. Em Portugal, a faixa salarial varia mensalmente entre € 900 e € 950, dependendo da farmácia e se trabalham de noite, paga-se mais. Ao contrário do Brasil, a maior parte das farmácias lusitanas não abrem no esquema 24 horas e nem todas abrem aos finais de semana, o que representa um ganho em qualidade de vida para seus empregados.

Uma das escolas profissionalizantes portuguesas que oferece o curso de Técnico Auxiliar de Farmácia é a Academia eFuturo. São 42 módulos que incluem, entre outros, macrotemas como imunidade e defesas do organismo; noções básicas dos sistemas nervoso, respiratório, gastrointestinal, cardiovascular, reprodutor e da pele;  noções básicas sobre antibioterapia e o aconselhamento na farmácia; gestão do processo de encomendas e devoluções de medicamentos e produtos de saúde; gestão de estoques da farmácia; procedimentos de conferência de receituário; e conceitos básicos de ambiente, segurança, higiene e saúde no trabalho. A parte teórica totaliza 1.150 horas e a boa notícia é que ela pode ser feita de forma remota, do Brasil, por meio de plataformas online. A idade mínima de alunos dos cursos profissionalizantes é 18 e para obter o diploma deve-se apresentar o certificado de conclusão do Ensino Médio no Brasil para submeter-se a um estágio presencial obrigatório em Portugal, de 210 horas, em qualquer cidade do país.

Além de formar profissionais qualificados para atuar no ramo farmacêutico lusitano, a eFuturo os apoia em processos de candidatura e entrevista a vagas de estágio ou já para posto de trabalho, por meio da rede de empresas com quem a escola mantém parcerias. “Mas atenção: o estágio em Portugal não costuma ser remunerado. Por isso, é recomendável ao aluno contar com recursos financeiros até a formatura ou mesmo até que encontre emprego. O investimento feito na capacitação profissional pode ser recuperado de um a três meses, após a efetiva contratação, dependendo do salário da função”, diz a diretora Renata Maida Freire.

Se o interessado quiser fazer o curso em terras lusas, seja na parte teórica e/ou prática (estágio), é importante antes, ainda no Brasil, providenciar o visto de estudo que, de quebra, dá direito a trabalhar em Portugal. “Caso esteja já em Portugal, a alternativa atual é se regularizar justamente por meio do curso profissionalizante, como é o caso do curso de Técnico Auxiliar de Farmácia. Esta é a forma, inclusive, para estes casos, mais acessível de regularizar a sua situação legal em Portugal. Importante ressaltar que as escolas profissionalizantes lusas não se responsabilizam por vistos, fornecendo apenas a prova de matrícula dos alunos que querem estudar em Portugal”, pontua Kelly Soares, advogada brasileira que mora em Lisboa e atua profissionalmente naquele país.

Compartilhar
Tags

Mais lidas

Recentes

Veja Mais

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.