Mais cor, por favor! Como transformar o décor de interiores comtons vibrantes e cheios de vida

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Elas iluminam e alegram a casa, roubam a nossa atenção e transformam os ambientes. As cores vibrantes são conhecidas por sua intensidade marcante, o alto grau de saturação e por transmitirem as sensações de energia e ousadia por meio de notas expressivas e dinâmicas. Na decoração, seu uso oferece um visual impactante, marcando presença, especialmente, em projetos modernos. A arquiteta Cristiane Schiavoni, à frente de seu escritório homônimo, salienta que é preciso conhecimento e cuidado para especificá-las. “Em se falando de cores, precisamos compreender a sua dinâmica e definição, pois elas exercem um impacto significativo no ambiente”, explica.
Cores vibrantes sobrecarregam o ambiente?
O azul elétrico permeia a sala de estar deste apartamento, que teve seu contraste com o sofá cinza. Para completar, a arquiteta Cristiane Schiavoni ainda inseriu, em pequena escala, o laranja e o rosa nas almofadas, e o verde nas mesinhas de apoio | Foto: Carlos Piratininga
De acordo com a arquiteta, no desenvolvimento do projeto toda a atenção é voltada para que a aplicação da paleta mais acentuada não se torne monótona e um problema para o décor de interiores. “Um ambiente monocromático se torna sufocante para o morador. Muito se exalta os tons neutros como uma proposta inofensiva, mas viver em um quarto todo branco é extremamente agressivo para o ser humano”, revela. Quando se trata de uma cor com alta luminosidade, Cristiane indica uma dose a mais de cautela, pois embora energizantes, seu uso excessivo pode gerar cansaço visual. Por outro lado, gradientes com baixa saturação e luminosidade se somam em composições equilibradas. “É justamente nesse contexto que eu aprecio um toque de saturação e luz para alcançarmos o efeito desejado”, argumenta.
Círculo cromático
arquiteta Cristiane Schiavoni revela que o círculo cromático é seu suporte para testar as combinações que empregará nos projetos. Cores complementares são aquelas localizadas em pontos opostos, resultando em um contraste equilibrado e atraente. Já as análogas utilizam cores posicionadas lado a lado no círculo, oferecendo uma transição suave e harmoniosa | Foto: Unsplash
Para se trabalhar com cores vibrantes, a profissional sugere sempre consultar o círculo cromático como um meio seguro de explorar misturas elegantes. “O magenta combina muito bem com o amarelo, assim como o azul com o laranja”, cita. Entretanto, ela lembra que não existem regras rígidas e nem sempre as cores complementares são a melhor boa pedida. “As associações análogas são interessantes quando a intenção do morador é uma decoração mais discreta e com menos contrastes”, acrescenta.
Observe o conjunto
Tapetes e almofadas são formas práticas de adicionar cor para o ambiente e, quando o morador desejar, pode fazer a substituição rapidamente | Projeto: Cristiane Schiavoni Arquitetura e Interiores | Fotos: Carlos Piratininga
Um erro comum apontado pela profissional está em olhar apenas para as paredes, uma vez que todos os elementos do ambiente têm impacto: piso, mobiliário, cortina, almofadas e até os objetos decorativos. Por isso, ao definir as cores das paredes, é preciso considerar o conjunto para garantir um ajuste perfeito. “Para quem prefere não arriscar ou não gosta de mudanças permanentes, elementos como almofadas, acessórios e vasos são excelentes propostas, já que permitem incluir nuances de cor de forma discreta e facilmente ajustável sem recorrer às peças grandes ou definitivas”, pontua Cristiane.
Existe uma cor “coringa”?
“Algo importante a considerar é o impacto alcançado com cores vibrantes. Quanto maior, mais intensa elas serão”, afirma a arquiteta Cristiane Schiavoni. Por essa razão, ela recomenda evitar o fundo branco atrás de uma tonalidade intensa. Neste projeto, por exemplo, ela aplicou um painel ripado amadeirado para suavizar o espaço composição | Foto: Rafael Renzo
Na moda, existe aquela máxima que afirma que “o preto combina com tudo”. Mas será que também se aplica no décor de interiores? A arquiteta defende que, por se tratar de uma cor neutra, o preto permite diversos arranjos, contudo entrega uma ressalva. “É valioso entender o tipo de contraste que o preto pode exercer para que esteja em sintonia com as demais referências”, esclarece, completando que madeira e o marrom são possibilidades versáteis que se adaptam a diferentes estilos.
Cores vibrantes em ambientes compactos
Para contrapor o vermelho escarlate do sofá, a arquiteta Cristiane Schiavoni montou um gallery wall que reúne pinturas abstratas com cores análogas para não tornar o contraste entre o móvel e a parede branca tão agressivo | Foto: Sidney Doll
Cristiane alerta para a capacidade da cor em acentuar certas características do ambiente onde está inserida. “Em locais estreitos, a paleta forte nas paredes entrega a ilusão de um espaço afunilado e um teto com pé-direito parece ainda mais rebaixado”, afirma. O segredo está em conseguir alinhar a cor ao conceito e à funcionalidade.
Influenciando o humor
A preferência pelos tons quentes tornou o living mais alegre e despojado | Projeto: Cristiane Schiavoni Arquitetura e Interiores | Fotos: Carlos Piratininga
A seleção das cores tem impacto direto na percepção das pessoas. “Se o objetivo é conceber um ambiente tranquilo, cores como o amarelo vibrante ou o vermelho não são as mais indicadas”, diz a arquiteta. Em vez disso, um amarelo mais ‘fechado’, como o mostarda, é o melhor caminho quando o intuito é prover uma atmosfera de calma. “E claro, o azul, lilás e roxo são aliados do décor por seu efeito relaxante, complementa.

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