Certamente você já teve alguma reação alérgica ou conhece alguém que sofra de doenças respiratórias, como rinite e asma, por exemplo. Para chamar atenção ao problema, que atinge 25% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a data de 8 de julho foi intitulada como o Dia Mundial da Alergia.
No Brasil, este número é ainda maior, de acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), afetando cerca de 30% das pessoas. Aproveitando a data, o médico otorrinolaringologista Álvaro Siqueira faz um alerta para os riscos da rinite alérgica. Confira:
O que causa a rinite alérgica? Como ela se origina?
A rinite alérgica é um processo inflamatório da mucosa nasal. A mucosa nasal tem imunoglobulinas que são responsáveis pela defesa que a gente inspira. Então, seria uma barreira protetora contra alérgenos. São agentes que não são habituais do nosso corpo humano, como a poeira doméstica, ácaros, mofos e fungos. Então, à medida que essa mucosa entra em contato com um desses alérgenos citados, é gerado um processo irritativo dessa mucosa.
Quais os sintomas de uma rinite alérgica?
Pode parecer uma gripe, com espirros recorrentes, coriza, que é aquela secreção clara que sai do nariz, coceira do nariz, dos olhos e das orelhas, mas diferentemente do resfriado comum, que é apenas uma congestão leve de rápida duração, a rinite alérgica dura bastante e melhora somente com a introdução do tratamento medicamentoso e do controle ambiental.
Como fazer um controle ambiental correto?
Basicamente o conselho que eu dou é principalmente em relação ao ambiente onde se dorme. O quarto deve ser bem arejado, bem limpo, de preferência sem tapetes e cortinas. No quarto de criança deve-se evitar bichos de pelúcia. Durante o período escolar, evite entulhar muitos livros. A roupa de cama deve ser trocada pelo menos duas vezes na semana. Para a limpeza da casa, utilize produtos com cheiro mais neutro possível. O ar condicionado deve ser usado com moderação, usar a temperatura em torno de vinte e três graus e evitar o direcionamento do ar em cima da pessoa. A mesma recomendação é feita para quem usa ventilador. Já o uso do umidificador só é indicado nos meses quentes.
Como podemos fazer o diagnóstico dela?
O diagnóstico da rinite é basicamente clínico. Geralmente com precedente familiar, o paciente traz esse caráter hereditário e, juntamente com o diagnóstico, a gente já consegue definir o tratamento. Para aprofundar esse tratamento e saber exatamente qual o alérgeno que mais causa problema, existem os testes alérgicos.
A rinite alérgica pode ser evitada ou controlada? Ela tem cura ou algum tipo de tratamento?
A rinite alérgica é uma doença que não tem cura. Então, ela deve ser controlada, evitada através do controle ambiental, como já citamos anteriormente, que é a parte mais importante do tratamento. A maioria dos casos se resolve com o tratamento medicamentoso e com o controle ambiental rigoroso. E nos casos mais refratários, que o paciente não está respondendo ao tratamento, aí a gente lança mão da imunoterapia. A imunoterapia é um tratamento feito com um alergista, no qual o paciente precisa tomar vacinas para aumentar a resistência a esses fatores que causam alergia. São tratamentos mais caros e demorados, duram de seis meses a um ano, e o paciente se vacina mensalmente na clínica. Mas mesmo na vigência da imunoterapia não há a certeza se esse paciente vai ficar curado para sempre, há a chance do problema voltar.
