sexta-feira, 29 março, 2024
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Automedicação: Por que é tão perigoso?

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O uso de medicamentos é presente na vida de milhares de brasileiros, entretanto, grande parte da população não sabe usá-los corretamente. De acordo com pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), 77% dos brasileiros possuem o hábito de se automedicar e 47% assumem a prática deste hábito ao menos uma vez por mês. O dado é preocupante e as consequências causadas pela ingestão de medicamentos sem prescrição podem ser fatais.

“A automedicação pode atrasar o diagnóstico de doenças, uma vez que, em muitos casos, medicamentos são usados para alívio de sintomas. Essa movimentação pode postergar a procura por um profissional de saúde que investigue as causas da dor ou outro desconforto relatado pelo paciente” alerta a farmacêutica Samilla Dornellas, CEO e co-fundadora da Far·me, primeira plataforma de compra de medicamentos recorrentes no Brasil.

Segundo a especialista, medicamentos isentos de prescrição (MIPs) também chamados de ‘venda livre’, não são isentos de efeitos adversos e por isso é importante buscar uma orientação profissional antes de consumi-los. E, mesmo diante de medicamentos que necessitam da receita médica, é importante que o farmacêutico também seja consultado, para que o paciente receba a devida orientação sobre a dose, horários, e a melhor forma de utilização dos remédios.

Confira abaixo mais efeitos adversos da automedicação:

Anulação de efetividade
Na presença de combinações inadequadas, o uso de determinado remédio pode anular a efetividade do outro. Além disso, pode tornar os resultados menos eficazes e levar a efeitos indesejados, como intoxicações, alergias e desconfortos. É preciso que o farmacêutico sempre analise os remédios que estão sendo consumidos juntos, para que não ocorram reações adversas.

Aumento da resistência de microorganismos e bactérias
Muitos remédios, quando administrados sem orientação profissional, oferecem riscos. O uso abusivo de antibióticos, por exemplo, pode facilitar o aumento da resistência dos microorganismos, o que compromete a eficácia do tratamento. Um dos motivos do surgimento das superbactérias é o uso indiscriminado ou inadequado de antibióticos.

Risco de quedas em idosos
A administração de remédios antigripais e antitussígenos, por exemplo, podem provocar sonolência, comprometendo atividades simples exercidas pelo paciente. Pacientes idosos, por exemplo, podem sofrer quedas, fraturas e maiores complicações.

Intoxicação causada pelo excesso de vitaminas
Não há evidências científicas conclusivas sobre a suplementação vitamínica trazer benefícios em casos em que não haja uma deficiência nutritiva. Este déficit nutritivo é evidenciado a partir de sinais e sintomas apresentados pelo paciente, além de exames laboratoriais específicos ao micronutriente que precisa ser reposto. A ingestão de vitaminas sem a clara necessidade de uso estabelecida, pode levar a hipervitaminose, intoxicação causada pelo excesso de vitaminas. O uso prolongado da vitamina C, por exemplo, pode desencadear em diarréias, cólicas, dor abdominal e dor de cabeça. E com a ingestão excessiva de vitamina D, o cálcio pode depositar-se nos rins e até causar lesões permanentes nesse órgão.

Além dos efeitos adversos, ao se automedicar, há o risco de estar consumindo a medicação errada para o tratamento de uma doença, assim, comprando remédios dispensáveis que em nada vão ajudar na saúde. Com essa prática, o gasto com medicamentos pode ser muito maior do que realmente é necessário.

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