A produtora audiovisual amazonense Balsa Amarela está promovendo o workshop “Cinema indígena”, que será ministrado pelo cineasta Takumã Kuikoro no dia 24 de julho, na Escola do Legislativo Senador José Lindoso da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), bairro Parque 10, zona Centro-Sul. A oficina vai contar com turmas pela manhã e tarde. As inscrições estarão disponíveis de forma gratuita no período de 3 a 10 de julho, por meio do link https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdwlVYZfs1rxrY9_jFs2ttyN1xgj08kas_6OHhrYHI7hGpr3Q/viewform.
O coordenador da Balsa Amarela, Rafael Ramos, explica que o workshop vai contribuir para a convergência da produção local com a perspectiva de um realizador indígena.
“A cidade de Manaus tem uma importância estratégica por estar localizada próximo das regiões que, no total, abrigam mais de 180 povos indígenas, além de vários grupos isolados vivendo no bioma amazônico. E muitos profissionais do audiovisual que atuam na cidade têm realizado produções de documentários nessas localidades”.
A proposta do workshop surgiu durante as atividades do projeto Casa Comum, coordenado pelo diretor artístico Renato Rocha, onde Rafael e Takumã desenvolveram uma parceria e adaptaram a ideia para o formato de oficina.
“Para mim, foi uma honra receber o convite para divulgar o conhecimento que aprendi nas aldeias, na minha comunidade e com o próprio Rafael, um cineasta premiado”, diz Takumã. “É importante divulgar nosso modo de fazer cinema e o nosso olhar para os não indígenas. Nós, indígenas, estamos ‘demarcando as telas’”.
Para Takumã, o cinema é uma das linguagens capazes de captar e transmitir a beleza de fenômenos da natureza, dos rituais e das lideranças dos povos indígenas. “A câmera é uma flecha”, resume o cineasta.
O workshop foi contemplado pelo edital Programa Manaus Faz Cultura 2023, da Prefeitura de Manaus, e atende ao Programa de Cultura Itinerante do município.
Currículo
Takumã Kuikuro é idealizador do 1º Festival de Cinema e Cultura Indígena. Cineasta, membro do povo indígena Kuikuro. Fundador do Coletivo Kuikuro de Cinema. É presidente do Instituto da Família do Alto Xingu (IFAX). Atualmente vive na aldeia de Ipatse, no Território Indígena Xingu. Dirigiu o documentário As Hyper Mulheres (2011), juntamente com Leonardo Sette e Carlos Fausto. Tem filmes premiados em festivais como Gramado e Brasília, e em Presença da Autochtone de Terres em Vues, em Montreal. Em 2017, recebeu o Prêmio de Bolsa Honorária da Universidade Queen Mary Londres. Em 2019, atuou como o primeiro juiz indígena do Festival de Cinema Brasileiro em Brasília. Idealizador e curador do 1st Brazil Indigenous Film Festival UK.
