É no palco do Teatro Amazonas, maior patrimônio histórico do estado, que o Ateliê 23 lança a trilha sonora do espetáculo “Cabaré Chinelo”, sucesso de crítica e público indicado ao 34º Prêmio Shell de Teatro. O lançamento acontece nesta quarta-feira (20 /03), às 20h, com a participação da Orquestra de Câmara do Amazonas (OCA) e regência do maestro Marcelo de Jesus. Os ingressos estão à venda por meio do Instagram (@atelie23) e no site atelie23.com.
Eric Lima, que divide o comando do Ateliê 23 com Taciano Soares e assina a maioria das composições, destaca que, a partir do “Cabaré Chinelo – O Show”, as músicas que compõem a obra sobre as mulheres prostituídas no período da Belle Époque ficam disponíveis nas plataformas digitais.
O repertório conta com 12 músicas, como “Somos o Cabaré”, “Soulanger”, “Maria É Gente”, “Prazer, Luiza”, “La Muerte”, “Moço”, “Bom Amigo”, “Tatá”, “Eu Sou a Maior”, “Lobas”, “Descanse” e “Grito de Conceição”.
“É um show grandioso, de potência, para empoderar a história dessas mulheres através do canto, das músicas com arranjos mais elaborados, com orquestra e coral formado por dez vozes femininas, de experiências variadas”, define o diretor geral do espetáculo.
Segundo Eric Lima, ao contrário da peça, que é mais densa, o show leva a homenagem às mulheres para outro lugar ao mesmo tempo que as duas produções se complementam.
“Criamos, junto com a Sarah Margarido, uma divisão vocal e outras especificações que fazem com que o coral preencha muito mais o espaço e seja mais elaborado que na peça, que preenche isso de outras formas através das cenas”, comenta o artista.
Diversidade
A representatividade se destaca em detalhes do show, conforme Eric Lima. Ele pontua que, entre eles, uniu um coral de mulheres trans e mulheres cis, além de profissionais da dança de diferentes grupos da cidade.
“São cinco mulheres trans para potencializar uma voz que, no espetáculo, está presente na atriz Andira Angeli”, comenta o diretor. “Já o balé é formado por dez bailarinas e as danças, como contemporânea e urbanas, valorizam a diversidade de corpos e experiências em linguagens diferentes”.
Regência
O maestro Marcelo de Jesus conta que assistiu a peça “Cabaré Chinelo” logo na temporada de estreia e desde então surgiu a vontade de colaborar com o espetáculo e, no fim do ano passado, recebeu o convite para fazer o show com as músicas da produção com a Orquestra de Câmara do Amazonas.
“Eu pessoalmente fiz os arranjos para a OCA através de uma transcrição para piano do Adonnay Júnior. A música do ‘Cabaré’ está ligada profundamente com o espetáculo em si, e pensando assim, não quis interferir muito com a entrada da orquestra”, detalha o regente. “Os arranjos são simples, mas vão ao encontro com a natureza e sonoridade propostas pelo espetáculo”.
Marcelo de Jesus afirma que a apresentação é um encontro que já ficou marcado na história da OCA e do “Cabaré Chinelo”.
“O mundo é feito de encontros e este é muito importante, respeitoso, especial e acima de tudo, lindo”, define o maestro.