Natural do Pará e criado desde pequeno em São Paulo, o chef Marcus Pompeu encontrou em Manaus sua nova casa. Apaixonado pela capital amazonense, Pompeu revela que dificilmente trocaria Manaus por alguma outra cidade do Brasil. Com anos de ‘estrada’, tendo passado pelos mais diversos restaurantes do país, Pompeu se estabeleceu aqui como um dos chefs mais renomados e requisitados da região.

Responsável pelo menu do STK – Gastronomia e Bar, novo estabelecimento badalado da cidade, o paraense com alma de amazonense conta um pouco sobre sua trajetória, influências, projetos e, de quebra, reitera seu amor pela culinária local. Confira na entrevista exclusiva a seguir:

Como foi sua trajetória no mundo da gastronomia até aqui? Conta um pouco pra gente.

Nunca sonhei em ser chef de cozinha, queria ser médico. Porém, nunca mantive o foco nos estudos. Curioso é que essa falta de atenção só agora fui descobrir que é porque tenho TDAH. Mas foi na cozinha o lugar onde me encontrei. Por ser um lugar muito dinâmico, isso casou perfeitamente com minha inquietude. Comecei a trabalhar aos 18 anos, em um hotel de um amigo meu, como auxiliar. No primeiro dia tive a missão de descascar 50 camarões e lembro que voltei para casa encantado com aquilo. De lá para cá passei por muitos lugares incríveis, restaurantes maravilhosos e conheci chefs sensacionais que me influenciaram e ajudaram a construir minha carreira. 

Em 2015 recebi a proposta para vir a Manaus cuidar da cozinha do Pátio Gourmet, acabei passando cinco anos e meio lá e foi uma experiência fantástica, tive a oportunidade de participar do projeto da construção da unidade da Morada do Sol com o restaurante Mari Mari. Foi então que, um pouco cansado desse ritmo louco do varejo, decidi desacelerar e fazer carreira solo.

Como foi o seu período de pandemia e como está sendo essa retomada?

Durante a pandemia me isolei por um tempo em Novo Airão e me apaixonei pelo lugar, conheci o Mirante do Gavião, fiz diversas expedições pelo interior, trabalhei no La Jangada e, por fim, acabei voltando para Manaus. Afinal, não se vive muito de amor e é aqui que pago minhas contas. Recentemente voltei a fazer os meu eventos, que deram uma boa acelerada no ritmo e conheci pessoas novas que se tornaram grandes clientes e ótimos amigos. 

Apesar de não ser daqui, qual sua relação com a gastronomia amazonense?

Sou apaixonado por Manaus. Hoje, dificilmente trocaria Manaus por alguma outra cidade do Brasil. Não tenho dúvidas de que somente através da cozinha amazônica é que a brasileira pode vir a ser considerada a melhor do mundo. A meu ver, ela é a única e verdadeira cozinha tipicamente brasileira.

Sobre o menu do STK, o que os clientes podem esperar?

O cardápio recebe minha assinatura e temos dias temáticos no restaurante. A ideia do projeto é essa, brincar um pouco com a gastronomia e coquetelaria dos países. Por conta disso, nossa proposta é mais contemporânea, com o intuito de aproximar o manauara dos grandes polos gastronômicos. Um desses polos, por exemplo, é a Espanha, cuja gastronomia domina os Tapas Day, às sextas-feiras.