domingo, 5 maio, 2024
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Dia do Funk: Estilo ganha novas vertentes e se mantém firme na indústria

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A lei que criou o Dia Estadual do Funk de São Paulo foi sancionada em 2016. A data simbólica serve como uma homenagem ao MC Daleste, cantor que morreu tragicamente em 2013 após ser baleado em um show.

Com hits como “Menina de Vermelho”, Daleste fez história no gênero e é lembrado pela versatilidade e carisma. Nove anos depois, o legado de Daleste segue vivo no funk carioca, que ganhou um protagonismo ainda maior na cena musical brasileira e incorporou características de novos estilos, além de ganhar suas próprias individualidades. Artistas dos mais diversos e completos entraram para o gênero para somar.

Uma das músicas mais escutadas deste ano foi “Sentadona”, parceria de MC Frog, Davi Kneip e Gabriel do Borel que ganhou um remix com participação de Luísa Sonza. Um dos responsáveis pelo sucesso, Davi afirma que o funk é um estilo que sem dúvidas marca a música brasileira. “Em toda festa, se não tiver funk, as próprias pessoas pedem. É um estilo musical muito dançante e alegre, que faz todo mundo se divertir. E muitas vezes conscientizar também, porque o funk hoje em dia tem várias vertentes, é um estilo muito versátil que vai se adaptando de acordo com o que o brasileiro gosta.”

A conscientização, inclusive, tem sido um dos nortes na carreira de MC Livinho nos últimos anos. O cantor, conhecido por músicas bombadas como “Cheia de Marra”, divulgou em junho o single “Pare De Chorar Mãe”, com uma mensagem de conscientização sobre a realidade de muitos jovens que vivem na comunidade que entram para a vida do crime e das drogas por falta de perspectiva. Ao mesmo tempo, o clipe e a letra da canção trazem destaque às mães, que mais sofrem com essas tragédias tão comuns no Brasil e em outras partes do mundo. Livinho usou seu sucesso para ajudar na profissionalização da cultura e trazer grandes artistas ao estrelato.

Mais recentemente, o funk tem sido impulsionado por redes sociais como o TikTok, onde as músicas ganham contextos e coreografias especiais que ganham o público. Zaac, artista responsável por integrar hits marcantes como “Vai Malandra”, “Desce Pro Play” e “Bumbum Granada”, vê com bons olhos o fato de as mídias fazerem o som chegar mais longe e mudar a forma com que as pessoas enxergam o estilo. “Hoje a maior parte das pessoas enxerga o quão incrível ele é. Quanto mais gente levar ele pra mais longe, melhor será”.

O artista paulista afirma que o funk mudou sua vida e é motivo de orgulho para ele ver a amplitude que o estilo tomou. “O funk sempre foi tudo pra mim, e ver ele chegar a esse patamar, que sempre acreditei que ele chegaria, me deixa orgulhoso. De mim e de todos os meus parceiros e artistas que admiro, que cantaram sempre pra que esse estilo seja o que é hoje. É com esse tipo de palco e espaço que percebemos que todo o nosso trabalho duro, de quem canta funk, é reconhecido”, diz ele.

 

O romance também está atrelado ao funk, e um dos principais expoentes do “funk romântico”, é o MC Kekel, que tem como maior hit a faixa “Amor de Verdade”, de 2016, que soma mais de 700 milhões de visualizações no YouTube e permaneceu por diversas semanas no topo do Spotify Brasil. “Falar de amor e relacionamento se tornou a peça-chave na minha discografia. Me sinto muito à vontade compondo músicas que retratam as vivências e dilemas de casais e percebo que o público se identifica muito com as letras. Foi trazendo sentimento para o funk, que encontrei meu lugar no gênero musical”, afirma o cantor paulistano, que é casado e tem dois filhos.

 

Outra grande artista em ascensão no cenário musical e que entrou para o gênero do funk para somar, é Maellen. Com milhões de seguidores e visualizações nas redes sociais, a seguidora dos movimentos funk, trap e pop, começou em 2022 com o single “Carpe Diem”, seguido de “Festa de Verdade”, feat com Mc Caverinha e Vulgo FK, e gravou seu primeiro álbum com importantes participações do cenário, como o PK. Sua relação com o gênero musical veio muito antes de ter alcançado sucesso no mundo dos games e ser uma das principais jogadoras de Free Fire do Brasil. Se apresentando com MC Maellen, a cantora já gravava algumas coisas e se apresentava em bailes da região carioca.

“O funk é muito simbólico para mim e marca o início da minha carreira musical. Sobre sua representatividade no país e fora dele, acho que hoje o funk é um dos principais estilos no Brasil, principalmente, entre o público mais jovem. E, creio que nomes como a Anitta, têm levado o estilo para o mundo e quebrando aos poucos o preconceito enraizado sobre o funk. Para mim, isso só mostra a força e a importância que os artistas de funk vêm alcançando. E espero que sejamos cada vez mais vistos e ouvidos”, declara a cantora.

Ao que parece, o desejo de Maellen está se concretizando. Isto porque, o Rock’ n Rio, um dos maiores festivais de música do mundo, anunciou que o evento neste ano contará com apresentações de artistas do funk e rap no Palco Sunset e Espaço Favela. Isso só mostra que o funk vem numa crescente ganhando um espaço cada vez maior no cenário mundial, com uma diversidade e potência inquestionáveis.

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