domingo, 5 maio, 2024
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Dia dos Pais: Relembre os conselhos paternos mais marcantes da ficção

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Seu Madruga, Julius, Mufasa… seja pelos puxões de orelha inesquecíveis, seja pelos incentivos reconfortantes, alguns pais fictícios se tornaram tão emblemáticos que ultrapassaram as telas e hoje fazem parte do imaginário popular. Mas, afinal, o que personagens como estes disseram de tão especial a seus filhos e familiares para marcarem gerações mundo afora? Quem traz a resposta é a Preply, que, neste Dia dos Pais, compila e reflete sobre os conselhos paternos que todos amamos — e que certamente podem inspirar seus momentos com o paizão ao longo da data!

“Com grandes poderes vem grandes responsabilidades”

Esse é um conselho que muitos filhos poderiam facilmente ouvir da boca dos seus pais – alguns deles, de fato, costumam ouvir –, mas que se tornou icônico por causa de uma cena de cinema. O trecho faz parte do primeiro filme da franquia Homem-Aranha, de 2002, mais especificamente a cena depois que Peter Parker (Tobey Maguire) se envolve em uma confusão com um colega na escola.

Parker, que acabara de descobrir seus novos poderes, é interpelado pelo seu tio, Ben Parker (Cliff Robertson), em um momento decisivo da trama – quando se vê entre o garoto solitário do colégio onde estuda e um possível futuro super-herói que ainda não se conhece totalmente. Então, em um dos últimos diálogos antes da morte do tio (em outra cena decisiva), ele recebe outro dos conselhos que permaneceriam ressoando por toda a sequência da franquia: “Cuidado com o que você vai ser. Só porque você pode bater não lhe dá o direito de bater”.

A própria cena de Peter com Ben ilustra um momento comum da relação dos pais com os filhos: quando estes estão prestes a passar por uma grande transformação, como a ida para a faculdade ou a saída de casa, por exemplo. Como diz Ben Parker, são nesses momentos “que um homem define o que vai ser”.

“As pessoas boas devem amar seus inimigos”

Talvez Ben Parker tenha, inclusive, escutado algo parecido antes, em uma série mexicana não tão famosa nos EUA, mas que formou muitas gerações na América Latina e, claro, no Brasil… a clássica Chaves. Ou não é parecido o conselho de Seu Madruga (Ramón Valdés) ao menino Quico (Carlos Villagrán), em um episódio do longínquo ano de 1973, quando ele exorta o garoto a “amar até os nossos inimigos”? O momento, aliás, é um dos poucos em que o personagem de Valdés é agraciado pela mulher que ama silenciosamente – e que também é mãe do garoto: Dona Florinda (Florinda Meza).

“Não é o quanto você consegue bater…”

Mas a metáfora da luta aparece mesmo é em Rocky Balboa (2006), sexto filme da série que alçou o ator Sylvester Stallone ao estrelato desde o seu início, nos anos 1970. No roteiro, Rocky já é um ex-boxeador premiado, embora esquecido pelo público, vivendo de suas velhas histórias como dono de um restaurante italiano em Nova York. Seu filho, Rocky Jr. (Milo Ventimiglia), ao mesmo tempo em que é aficionado pelo pai, também sofre com a relação que possui com ele.

Em uma das cenas mais lembradas do filme, Rocky pai atualiza o conselho de Ben Parker ao futuro Homem-Aranha anos antes: ele diz que mais do que saber quando é a hora de bater é mensurar de que forma se vai à luta. “Não é o quanto você consegue bater, mas o quanto você consegue aguentar”, vocifera ele ao filho em um diálogo tenso pelas ruas da cidade.

Entre a autoajuda e a mensagem preciosa, é uma frase poderosa sobre os limites de cada um em passar por situações ruins – e se elas devem ser atravessadas com paciência ou com luta. Ou, mais ainda, um ensinamento sobre como usar as potencialidades que se tem – como quando Mufasa, do clássico Rei Leão, diz ao seu filho, Simba, que “um verdadeiro rei se preocupa em oferecer, não ter”.

“Não tenha medo de ser diferente”

Milo Ventimiglia, aliás, se tornaria muito tempo depois um dos pais mais amados do cinema, interpretando o veterano de guerra Jack Pearson na série This Is Us. Ao longo das seis temporadas vai se construindo a história de um garoto que sofre com a violência paterna e que se torna um pai icônico de três filhos, cujas histórias vão sendo contadas ao longo da trama: o ator Kevin (Justin Hartley), a cantora Kate (Chrissy Metz) e o empresário e político Randall (Sterling K. Brown) – este último adotado ainda na maternidade.

Randall, um garoto negro em uma família branca, atravessa todos os percalços do racismo, sempre se apegando à relação com o pai para suportá-los. Ainda na primeira temporada, quando Randall admite ao pai que se sente diferente dos outros garotos pela cor da sua pele, Jack Pearson aborda o tema da forma mais afetuosa possível. “Eu quero que todos vocês sejam o mais diferente possível de todas as melhores maneiras”, responde ele, enfatizando o brilhantismo do menino. “Não tenha medo de ser diferente”.

“Faça sua própria sorte”

Julius, o lendário pai de família da série Todo Mundo Odeia o Chris, série escrita pelo humorista Chris Rock e baseada em sua própria infância, também se vê às voltas com esse dilema o tempo todo. O roteiro se passa nos anos 1980 no bairro do Bronx, onde vive boa parte da comunidade negra nova-iorquina até hoje. Berço do hip-hop, a região também era marcada pelos altos índices de violência policial e pelas dificuldades de inserção da população afro-americana na metrópole. Por isso, muitos dos diálogos de Chris com o pai são marcados pelo recorte racial.

Em uma das cenas mais lembradas – quando Chris perde uma meia que o pai dizia lhe dar sorte –, Julius responde entre o afeto e a lição, numa mensagem poderosa que tanto aponta para uma mensagem universal quanto reflete as circunstâncias particulares de um homem negro: “Você precisa criar a sua própria sorte no mundo. O sucesso vem de oportunidades e de preparação. Faça a sua própria sorte”.

“Escolher ver o lado bom das coisas”

Há conselhos paternos mais recentes no cinema – que, aliás, sempre se ocupa de elaborar grandes personagens pais (lembremos, por exemplo, de Um Herói de Brinquedo, de 1996, em que Arnold Schwarzenegger interpreta um pai amoroso, ou O Paizão, de 1999, com Adam Sandler, ou ainda Meu Pai, que trouxe Anthony Hopkins de volta aos holofotes em 2020). Neste ano, o premiado Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo também tem uma figura assim no enredo: o aparentemente confuso Waymond Wang (Ke Huy Quan).

Quando o filme se encaminha para sua parte mais dramática, em que Evelyn Wang (Michelle Yeoh) precisa salvar o mundo e, ao mesmo tempo, sua família, ela ouve do marido – de quem reclama por ser excessivamente otimista: “Quando escolho ver o lado bom das coisas, não é que estou sendo ingênuo. É estratégico e necessário. É como aprendi a sobreviver”. Um bom jeito de justificar a visão otimista mesmo em condições adversas.

“Confiar é o que os amigos fazem”

Para finalizar, o pai mais amado do cinema talvez não seja um homem, mas… um peixe. No adorado Procurando Nemo, de 2003, Marlin sai à caça do filho, Coral, que se perde e vai parar em outro ponto do oceano. No caminho, ele conhece Dory, uma cirurgião-patela azul falante e atrapalhada que, por várias ocasiões, parece mais prejudicar a busca do que facilitá-la.

E é para ela que Marlin dá o conselho paterno mais importante da franquia: quando ele parece não ter mais forças para prosseguir e Dory o exorta a não desanimar, ele reage dizendo que, claro, porque “confiar é o que os amigos fazem”.

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