Dieta x Lipedema: especialista explica qual a relação

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Além de crônica, o Lipedema é uma doença progressiva, isto quer dizer que vai aumentando com o passar dos anos. Quem tem Lipedema estágio 1 pode passar para o nível 2, 3 e assim por diante, se não cuidar. Por isso, é fundamental e necessário que as mais de cinco milhões de mulheres (estimativa de casos no Brasil) cuidem da saúde do corpo de um ponto de vista holístico, ou seja, de dentro para fora.

Entendendo melhor o Lipedema

O diretor do Instituto Lipedema Brasil, dr. Fábio Kamamoto, é um dos pioneiros e um dos poucos especialistas no tratamento cirúrgico da doença no país. Ele esclarece que o Lipedema é uma doença atinge mulheres no mundo inteiro, causada pelo acúmulo de gordura nos braços, quadris e, principalmente, nas pernas. As principais características do Lipedema, que possui quatro estágios são: dores frequentes nas regiões das pernas, quadril, braços e antebraços, que ficam mais grossos e desproporcionais em comparação com o restante do corpo, no tornozelo parece que há um “garrote” e os joelhos perdem o contorno. A mulher pode apresentar hematomas (ficar roxa) por qualquer movimento mais brusco. Isto acontece porque a doença provoca reação inflamatória em células de gordura nestas regiões.

Um dos exames que facilitam o diagnóstico é a ressonância magnética, em que é possível observar o acúmulo de gordura ao redor dos músculos.

O poder da dieta anti-inflamatória

Quando a mulher com Lipedema faz dieta, ela não perde peso nos membros que estão com acúmulo de gordura. Esta é a principal diferença para quem não tem a doença, que por meio de exercícios contínuos consegue emagrecer. No entanto, o tratamento clínico para as portadoras do Lipedema, que engloba não só o controle hormonal e a fisioterapia como também o controle da inflamação do corpo, tem como objetivo retardar a progressão da doença. E um dos pilares fundamentais deste tratamento é a alimentação.

O nível de gordura que uma mulher com Lipedema tem no corpo está relacionado com o nível de sua inflamação interna e, por consequência, na piora dos sintomas da doença. “Não é à toa que o Lipedema é comumente chamado de síndrome da gordura dolorosa. É porque é uma doença da gordura, que está muito inflamada, e dói muito mesmo. Fora o peso, experimente colocar 3kg daqueles de academia em cada perna. É este desconforto diário mais a dor do toque que a mulher com Lipedema sente”, avalia dr. Kamamoto.

O objetivo da dieta anti-inflamatória é a diminuição da dor, do desconforto e da sensação de peso nas pernas. Estes são os primeiros sinais satisfatórios do tratamento. O acompanhamento clínico pode evitar a progressão acelerada da doença e proporcionar mais qualidade de vida para estas mulheres.

O que consumir?

A dieta anti-inflamatória é rica em nutrientes, composta de verduras, legumes, carnes, leguminosas como feijão, ervilha, lentilha; tubérculos como mandioca, batata, cenoura, gengibre; raízes e rizomas; ervas e especiarias (condimentos naturais); gorduras boas como abacate, azeite; oleaginosas como as nuts; grãos e sementes como chia, girassol, linhaça. “Importante dizer que para seguir uma dieta anti-inflamatória não pode consumir sódio, glúten ou bebidas alcóolicas. E tomar água é fundamental, já que é um dos ingredientes essenciais para desinflamar o corpo de dentro para fora”, comenta dr. Kamamoto.

Para que praticar exercícios se não vou emagrecer?

Para quem tem Lipedema a prática de atividade física regular atua de uma forma diferente: ela melhora do fluxo sanguíneo e linfático. Por isso, recomenda-se exercícios de baixo impacto como natação, caminhada, alongamento, pilates, yoga e bicicleta. “São excelentes opções para também fortalecer os músculos, manter o corpo em movimento e gerar estímulo para o metabolismo funcionar bem”, finaliza dr. Kamamoto.

 

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