sábado, 4 maio, 2024
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Empresa lança supershake com 14 ingredientes da Amazônia

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Um novo modelo de negócio e de relacionamento de empresas com a floresta e seus povos vem sendo desenvolvido em Altamira (PA), no coração da Floresta Amazônica. É lá que foi fundada a Mazô Maná, que desenvolve produtos na área de nutrição funcional ao mesmo tempo em que trabalha pela valorização das comunidades da Amazônia. A marca já surge com a preocupação socioambiental em seu DNA: todas as suas emissões de carbono são compensadas, os ingredientes de seus produtos fazem parte da cultura e da biodiversidade da Amazônia e a relação estabelecida com os povos tradicionais da região vai além de contratos de fornecimento.

A liderança da empresa é dividida entre Marcelo Salazar, que coordenou durante 15 anos o escritório do Instituto Socioambiental (ISA) na Terra do Meio, e Zé Porto, ex-Google América Latina, executivo com mais de 20 anos de experiência na área de marketing e negócios, que compartilham o cargo de co-CEO. No time fundador da empresa, estão também Raimunda Rodriues, que é beiradeira, moradora da Reserva Extrativista Rio Iriri (PA) e atua como gestora da miniusina da comunidade Rio Novo, e Airam Corrêa, empreendedor serial, que já criou três outras empresas e foi selecionado para programas de grande prestígio, como Y Combinator e Singurality University.

A Mazô Maná chega ao mercado com o lançamento do Supershake da Floresta Amazônica, um suplemento alimentar proteico 100% plant-based, composto por 14 produtos amazônicos. O mercado escolhido para a estreia está em franco crescimento. A categoria de suplementos nutricionais deve movimentar US$ 405 bilhões em 2023, com expectativa de chegar a U$S 621 bilhões em 2030, segundo dados do Grand View Research.

A junção de um mercado tão promissor com uma forma diferente de encarar a Floresta Amazônica no mundo de negócios ajudou os fundadores da Mazô Maná a conquistarem parceiros de peso. O quadro de conselheiros da empresa é composto por nomes como Bela Gil, nutricionista, chef de cozinha e apresentadora, Alex Atala, chef de cozinha e fundador do Instituto Atá, e Eduardo Neves, arqueólogo especializado em Amazônia, além de executivos com grande experiência no mercado, como Esteban Walther, investidor e conselheiro de diversas empresas de tecnologia, e Arturo Isola, fundador da Amázzoni Gin. O negócio foi investido por diversos anjos (Esteban e Arturo entre eles), pela Amaz, aceleradora de negócios de impacto, e também pela Pronutrition, hub de inovação para desenvolvimento de produtos e suplementos alimentares. Além de investidora, a Pronutrition é também uma parceira estratégica para o desenvolvimento de produtos e responsável pela mistura final e embalagem do Supershake da Floresta, 

“Nascemos para alimentar o mundo com a sabedoria e os nutrientes da Floresta Amazônica. Os povos tradicionais manejam a vegetação do bioma há milhares de anos e conseguem obter produtos extremamente nutritivos, sem ter que recorrer a práticas como o desmatamento e a monocultura”, afirma Marcelo. “Em vez de inventar um novo modelo ou achar que existe alguma solução mágica, investimos em algo que já funciona muito bem.”

A forma como a empresa coloca em prática essa conexão com os povos tradicionais – e suas sabedorias – passa por vários níveis de parceria.

O primeiro, é a relação comercial. Os ingredientes dos produtos da Mazô Maná são adquiridos da forma mais direta o possível dos produtores e por um valor acima do que costuma ser praticado pelo mercado em geral. Boa parte deles vem de associações e cooperativas da Amazônia, como a Rede Terra do Meio, que atua em uma área de 9 milhões de hectares e reúne mais de 14 associações comunitárias.

Além disso, a Mazô Maná trabalha, tanto de forma direta como por meio de parcerias institucionais, no apoio às comunidades para a incorporação de melhores métodos produtivos, desenvolvendo, por exemplo, novas tecnologias para as miniusinas onde boa parte dos insumos são beneficiados.

“Melhorando o sistema produtivo, a comunidade ganha de várias formas. De um lado, pode usar essa tecnologia que agrega valor aos produtos para oferecer os mesmos itens a outras empresas, com um ganho considerável na renda. De outro, garantimos até mesmo a segurança alimentar, uma vez que esses métodos muitas vezes trazem ganhos para armazenagem e conservação de alimentos que podem ser consumidos pela própria população local em momentos de seca, como o vivido atualmente, por exemplo”, afirma Raimunda.

A grande diferença no modelo da Mazô Maná, porém, é a iniciativa de trazer as populações tradicionais para dentro do negócio. Para isso, 10% do equity do negócio foi reservado para associações que reúnam esses grupos antes da entrada de qualquer investidor. Esse número pode aumentar com o tempo. 

“Sabemos que muitos investidores podem estranhar, mas esse é um filtro importante para nós. Queremos caminhar lado a lado com quem entende a importância de gerar riqueza para a Floresta e não apenas utilizar seus produtos”, afirma Zé Porto.

Outra frente de negócios que vem sendo explorada pela Mazô Maná é a prestação de consultoria em serviços socioambientais para outros negócios e instituições que queiram trabalhar pela conservação da Amazônia e valorização dos povos tradicionais.

“Acreditamos que é possível fazer negócios de outra forma, seguindo uma lógica que respeite o meio-ambiente e que resulte em ações efetivas. Por isso não faz sentido mantermos os conhecimentos que temos acumulados apenas dentro de casa. Quanto mais empresas abraçarem um novo padrão, melhor para o planeta”, conclui Zé Porto.

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