sexta-feira, 29 março, 2024
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Evento virtual mostra protagonismo dos povos da floresta para a bioeconomia

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Ciclo de diálogos promovido pelo Hub de Bioeconomia Amazônica, iniciativa secretariada pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) em parceria com a Green Economy Coalition (GEC), teve início neste mês de agosto com o tema “Bioeconomia para quem? o protagonismo dos povos da floresta para uma agenda de bioeconomia inclusiva na Amazônia”.

     O encontro virtual deu destaque a iniciativas populares, soluções criativas e empreendimentos nativos que crescem na Amazônia e unem prosperidade social com sustentabilidade.

     Nessa primeira atividade do projeto, três lideranças representaram a diversidade socioambiental do estado do Amazonas: Raimundo “Xexéu”, presidente da Associação de Moradores e Usuários da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (Amurmam); a professora e artesã, Izolena Garrido, liderança da comunidade Tumbira, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro; e o consultor de projetos socioambientais e fundador da Experiência Mawé no município de Maués/AM, Ítalo Mamud Michiles.

     O diálogo foi transmitido pelo canal da FAS no Youtube, apresentado pela facilitadora do Hub de Bioeconomia Amazônica, Marysol Goes, e com mediação feita pelo representante do Hub e superintendente geral da FAS, Virgilio Viana.

As perguntas que deram início à troca de ideias sobre a bioeconomia amazônica foram centradas na experiência dos participantes, representantes de cidades do interior e de comunidades ribeirinhas da Amazônia, e como cada um desenvolveu alternativas econômicas sustentáveis na região.

     Dentro desse contexto, Raimundo Xexéu, por exemplo, relatou a grande transformação ocorrida na geração de renda das comunidades localizadas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá com a prática do manejo sustentável de pirarucu.

     “A grande conquista hoje é ter uma maior capacidade produtiva onde 70% do pescado manejado sai de Mamirauá. Com a Amurmam e a parceria da FAS foi possível armazenar e escoar todo esse pescado de manejo, e os povos ribeirinhos passaram a entender a necessidade de processos sustentáveis para o avanço de toda a cadeia produtiva”, afirmou Raimundo.

     Já o consultor de projeto socioambientais, Ítalo Michiles, ressaltou a importância de utilizar todo o conhecimento que adquiriu com seus estudos em Manaus para encontrar maneiras de impactar positivamente o desenvolvimento econômico de sua cidade natal, Maués.

     “Maués também é uma cidade muito bonita, mas pouco explorada turisticamente. Retornei ao lugar onde nasci para pensar em alternativas de sustento, sustentabilidade e avanço para a economia local. Com esse objetivo, criei a Experiência Mawé para que as pessoas vivenciem a vida local e ao mesmo tempo tragam mais prosperidade sustentável para o território”, explicou o consultor.

Na segunda rodada do diálogo, os participantes foram perguntados quais as principais medidas, propostas e ações que precisam ser tomadas para a promoção de uma bioeconomia inclusiva na Amazônia.

     Sobre o assunto,  a professora Izolena Garrido, uma das lideranças da comunidade Tumbira, enfatizou que as questões de logística e educação devem entrar no mapa do que precisa ser aprimorado.

“Precisamos mostrar para o mundo que a Amazônia tem grandes potenciais e também fortalecer as cadeias produtivas, incluindo as pessoas através da educação ambiental, social e econômica, valorizando os fazeres e os saberes tradicionais de cada região. Conservar as pessoas nas comunidades por meio da capacitação é garantia de qualidade de vida”,  destacou a professora.

Em complemento a essas questões, Raimundo Xexéu reforçou a necessidade dos comunitários em ter acesso à uma base de educação forte e continuada para que eles não precisem sair de suas comunidades para se capacitar.

“É necessário que haja uma educação inclusiva para que a população entenda a importância de consumir um produto de produtores locais. Saber de onde vem a sua farinha e o seu peixe, e entender a importância que isso tem para a economia sustentável e para o progresso da região e das populações tradicionais”, ressaltou o presidente da Amurmam.

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