sexta-feira, 3 maio, 2024
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Filme do Amazonas participa do 18ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto

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CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto chega à 18ª edição entre os dias 21 a 26 de junho, consolidada no calendário e circuito de mostras e festivais do Brasil como único evento a enfocar o cinema como patrimônio, preservação, história e educação. A cidade mineira, Patrimônio Mundial da Humanidade, será a capital do cinema e sediará uma programação intensa e gratuita que inclui sessões de cinema, homenagem ao ator Tony Tornado, oficinas, workshops, masterclasses, Mostrinha de Cinema, Mostra Valores, Lançamento de Livros, exposição e atrações artísticas. Uma seleção de curtas, médias e longas-metragens estão conectados com os três eixos curatoriais.

Serão exibidos 125 filmes em pré-estreias e mostras temáticas – (30 longas, 9 médias e 86 curtas-metragens), vindos de 5 países (Brasil, Argentina, Colômbia, Equador, EUA) e de 14 estados brasileiros ( AM, BA, CE, DF, ES, GO, MG, PB, PR, RJ, RN, RS, SC, SP) distribuídos em nove mostras – Contemporânea, Homenagem, Preservação, Histórica, Educação, Valores, Mostrinha e Cine-Escola.

A grade ainda será acompanhada de debates, diálogos, rodas de conversa  e atividades que dialogam  direto com a experiência dos filmes. As exibições vão ser no Centro de Artes e Convenções e na Praça Tiradentes, tudo com entrada gratuita. Além das sessões presenciais, o público poderá assistir a filmes na plataforma do evento – cineop.com.br, na plataforma do Itaú Cultural Play, na TV UFOP e no Canal Educação, ampliando as janelas de exibição para quem não puder estar em Ouro Preto

MOSTRA HISTÓRICA

Sob o recorte “Imagens da MPB (Música Preta no Brasil)”, a Temática Histórica enfatiza a presença da criação musical de artistas pretas e pretos nas trilhas sonoras e nos elencos dos mais variados filmes. A curadoria de Cleber Eduardo e Tatiana Carvalho Costa buscou colocar as sonoridades pretas em evidência dentro de contextos históricos e culturais nos séculos XX e XXI como formas de invenção de universos populares. A ascensão do soul, a chegada do funk e vários outros momentos importantes dessa trajetória estarão representados numa série filmes.

Entre eles, o filme de abertura da CineOP, na noite de 22 de junho, dá o ritmo: “Baile Soul”, de Cavi Borges, documenta um período entre anos 1960 e 70 quando as equipes de som realizavam bailes blacks em centenas de clubes espalhados pelo subúrbio do Rio de Janeiro, dando origem ao movimento “Black Rio”. O fenômeno colaborou para a consolidação do movimento negro em todo o país. Tony Tornado, ator e cantor, homenageado este ano pela Mostra, teve participação fundamental nesse processo e aparece no longa-metragem.

Outros títulos da Mostra Histórica resgatam especialmente grandes nomes da música, mas não sob o viés hagiográfico ou apenas biográfico, como destaca a curadora Tatiana Carvalho Costa: “A proposta é de fabulação preta nos filmes, de arte reformuladora e inventiva, tendo a música como afirmação de um modo de vida e de uma vitalidade existencial e coletiva não apenas no mundo, como também no cinema”.

Clássicos como “Rio Zona Norte” (Nelson Pereira dos Santos, 1957) e o raro “Uma Nêga Chamada Tereza” (Fernando Coni Campos, 1973) dividem a programação com títulos contemporâneos, entre eles “Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor” (Alfredo Manevy, 2022), “Paulinho da Viola: Meu Tempo é Hoje” (Izabel Jaguaribe, 2003) e “Simonal: Ninguém Sabe o Duro que Dei” (Cláudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal, 2008).

Para a celebração a Tony Tornado, além da abertura com “Baile Soul”, a CineOP exibe mais um clássico, “Quilombo” (Carlos Diegues, 1984), no qual interpreta a figura histórica de Ganga Zumba, líder de Palmares e de uma revolta dos escravizados contra a opressão dos brancos que se confronta com o herdeiro e afilhado Zumbi.

Confira a programação completa: https://cineop.com.br/index.php/filmes/mostra-historica/

MOSTRA CONTEMPORÂNEA

Os filmes da Mostra Contemporânea são assinadores pelos curadores  Cleber Eduardo (longas e médias), Camila Vieira (longas e médias) e Tatiana Carvalho Costa (curtas). Ainda que não seja essencial, a presença de trabalhos com pensamentos em torno de arquivos ou de reflexões sobre o passado aparecem bem evidentes na Mostra, devido a seu caráter de valorizar a preservação e o debate sobre o presente a partir do olhar para a história. Além disso, a temática também afetou a escolha de alguns títulos, em especial a relação com a música.

“Há um enfoque em filmes que lidam com memória, com arquivos, com a relação do presente e do passado. Também se buscou obras que tivessem força de experiência e irradiação na versão presencial do evento”, diz Cleber Eduardo. Entre os selecionados em longa-metragem, estão retratos documentais de figuras importantes da cultura brasileira, casos de “Diálogos com Ruth de Souza”, de Juliana Vicente; “Lô Borges: Toda essa Festa”, de Rodrigo de Oliveira; e “Antunes Filho: Do Coração para o Olho”, de Cristiano Burlan.

Para além dos retratos, filmes como “Amanhã”, de Marcos Pimentel; “Caixa Preta”, de Saskia e Bernardo Oliveira; “Filme Particular”, de Janaina Nagata; e “Zé”, de Rafael Conde, reconfiguram imagens de arquivo para reinterpretareme refletirem acontecimentos e relações que, num grande conjunto, formam uma história oculta do Brasil. O cinema em si mesmo é também tema de alguns trabalhos, casos de “Confissões de um Cinema em Formação”, de Eugenio Puppo, e “O Cangaceiro da Moviola”, de Luís Alberto Rocha Melo.

Os curtas-metragens seguem caminho semelhante, equilibrando-se entre filmes mais conceituais a outros de relação imediata com o espectador – nos dois casos, a relação com as imagens de ontem e de hoje são fundamentais. Alguns dos títulos são “Nada Haver”, de Juliano Gomes; “A Jornada do Valente”, de Rodrigo de Janeiro; “Nossa Mãe Era Atriz”, de André Novais Oliveira e Renato Novaes; e “Temos Muito Tempo para Envelhecer”, de Bruna Schelb Corrêa.

Além disso, uma programação exclusiva de cinco curtas-metragens foi selecionada para ser exibida na TV UFOP, numa parceira da Mostra com a universidade.

Confira a programação completa:

https://cineop.com.br/index.php/filmes/mostra-contemporanea/

https://cineop.com.br/index.php/filmes/curtas-contemporanea/

MOSTRA PRESERVAÇÃO

Os filmes da Mostra Preservação expandem as atividades dos Encontros de Arquivo, que este ano vão debater o Plano Nacional de Preservação e ainda reflexões uma série de questões surgidas a partir da temática “Patrimônio Audiovisual Brasileiro em Rede”, proposta pela curadoria de Fernanda Coelho e Vitor Graize.

O “case de preservação” esse ano é o clássico “Rainha Diaba” (Antônio Carlos da Fontoura, 1974), que  tem circulado numa nova cópia e feito bastante sucesso inclusive em circuito comercial. Outros filmes trafegam pelo retrato reflexivo tal como alguns da Mostra Contemporânea, retrabalhando os arquivos para uma nova sobrevida, como o ensaio audiovisual “Ligya Pape”, de Paula Gaitán; “Perto de Clarice”, de João Carlos Horta; e “Mira, um Imigrante”, de Rubens Gerchman e João Carlos Horta.

Um programa especial da Mostra Preservação em 2023 é a sessão do Brazilian Film and Video Preservation Project (BFVPP), iniciativa de preservação do Ostrovsky Family Fund (OFF) dedicada a salvaguardar imagens em movimento realizadas de 1960 até 1984 ligadas à arte contemporânea e à videoarte e que tenham usado diferentes suportes (filme super-8, U-matic, 1/4 de polegada, dentre outros). Será exibido o filme dedicado à artista plástica Anna Bella Geiger, realizado dentro do projeto com direção de Sônia Andrade.

MOSTRA EDUCAÇÃO

Na temática “Cinema e educação digital: Deslocamentos”, as curadoras Adriana Fresquet e Clarisse Alvarenga põem em destaque os desafios das redes e da tecnologia no processo de ensino e aprendizado. Desafios tanto em termos de novos ganhos e possibilidades quanto em riscos e vulnerabilidades provocados por uma realidade cada vez mais virtualizada. Os filmes, muitos deles produzidos em ambiente de sala de aula ou de ensino, devem ilustrar em detalhes muito do que estará nos debates.

Um dos recortes adotados são os processos, educacionais ou de criação com o cinema, que se relacionam a uma aproximação com a terra. Projetos de educação audiovisual, de mídia e de comunicação que colocam as formas de produção em relação com outros seres vivos e com a política estarão no centro de algumas conversas e sessões. A relação da cultura digital com a produção também estará representada em vários trabalhos de alunos e professores, apresentados ao longo do evento.

Confira a programação completa: https://cineop.com.br/index.php/filmes/mostra-educacao/

MOSTRA VALORES

A Mostra Valores é o espaço da programação da 18a CineOP planejado para valorizar e destacar filmes, projetos, ações e personalidades de Ouro Preto que fazem a diferença na cena da cidade, em Minas Gerais e no Brasil. Para edição, foi escolhido para integrar este recorte de programação, o  filme mineiro “As Linhas da Minha Mão”, de João Dumans, que foi o título vencedor de melhor longa-metragem da Mostra Aurora na 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes realizada em janeiro de 2023. Um documentário sensível, que aposta no corpo, na voz e no carisma de sua personagem para falar de afetos, vivências, saúde e relações urbanas.

O prêmio foi concedido pelo Júri Oficial, formado por críticos, pesquisadores e profissionais do audiovisual. No texto de justificativa, apontou-se, entre os méritos do “As Linhas da Minha Mão”, “um cinema que convida a desenquadrar o sujeito para além de uma categoria, de conceito ou signos fechados. O quadro se torna a abertura de uma pessoa que a todo momento desafia a noção de bordas, expande limites e se prova uma fabuladora maior que a vida”.

João Dumans é roteirista, pesquistador, montador, realizador. E o público vai conhecer o premiado documentário que foi realizado e produzido na cidade de Ouro Preto.

 

CINE-ESCOLA E MOSTRINHA

Espaço de confraternização e aprendizado entre estudantes a partir do cinema, o Cine-Escola segue no objetivo de formação de novos públicos e olhares para a produção. As sessões, agendados diretamente pelas escolas da região de Ouro Preto, contêm curtas adequados para cada uma das faixas etárias montadas na seleção: entre 5 e 7 anos; de 8 a 10 anos; e entre 11 e 13 anos. A sessão Mostrinha tem objetivo similar, incluindo pais e familiares que estejam em Ouro Preto para poderem acopmpanhar a programação com os pequenos. Esse ano será a animação “A Ilha dos Ilus”, de Paulo G. C. Miranda, uma produção de Goiás.

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