sábado, 18 maio, 2024
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Fisioterapia recupera força de pacientes em diálise

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Uma terapia de saúde tem sido cada vez mais importante na vida de pessoas portadoras de doenças renais crônicas: a fisioterapia. Com ações preventivas e corretivas integradas às mais diversas áreas, os resultados têm sido importantes para a qualidade de vida dos pacientes.

“As dificuldades dos pacientes renais crônicos, cujos rins pararam de funcionar, decorrem de uma série de fatores que alteram a força dos músculos e ossos, e se acelera com a atrofia de desuso, o prejuízo do metabolismo muscular, a disfunção autonômica, a má nutrição e algumas comorbidades associadas. Pacientes dialisados apresentam alterações físicas e psicológicas importantes e dadas as restrições impostas pela doença, tais alterações acarretam descondicionamento físico e prejuízo na qualidade de vida. Por isso, é comum os pacientes apresentarem perda de força muscular, diminuição da massa óssea e da capacidade física, o que aumenta o risco de queda, além da chance de desenvolverem problemas cardiovasculares”, explica a fisioterapeuta Lorena Graziele Pereira, da Fresenius Mix Centro de Diálise e Nefrologia, da Fresenius Medical Care, em Brasília.

A fisioterapia para pacientes renais exerce um papel preventivo e educativo através da realização de orientações aos pacientes para minimizar as complicações secundárias. “Percebe-se que os pacientes demonstram diminuição da capacidade funcional devido à baixa tolerância ao exercício. Essa diminuição pode causar alterações musculoesqueléticas como fadiga e diminuição da resistência. Sendo assim o exercício físico se apresenta como recurso terapêutico na prevenção e no retardo destas alterações”, explica.

A fisioterapia para pacientes renais também pode atuar nas complicações do tratamento dialítico através de cinesioterapia e massoterapia. “A fisioterapia pode contribuir para a redução da incidência de cãibras, pois os alongamentos devolvem aos músculos seu comprimento e elasticidade normal; a massoterapia promove relaxamento muscular e diminui a síndrome das pernas inquietas, além de promover uma melhor hidratação da pele, diminuindo as sensações de pruridos e as calcificações metastáticas na epiderme. A drenagem linfática favorece a diminuição de edemas e os exercícios de fortalecimento ajudam a devolver a tensão normal do músculo e auxiliam no retorno venoso, além de promoverem o aumento da força muscular necessária para a realização de suas atividades de vida diária. A fisioterapia contribui de forma significativa na prevenção, no retardo da evolução e na melhoria de várias complicações apresentadas pelo paciente renal”, complementa.

Lorena Graziele Pereira, fisioterapeuta da Fresenius Mix Centro de Diálise e Nefrologia, da Fresenius Medical Care, em Brasília.

A fisioterapeuta Keitty Queiroz Vassimon da Silva, da Clínica de Doenças Renais de Botafogo, acrescenta ainda que os exercícios físicos são fundamentais para um futuro independente. “Quando falamos em declínio muscular, temos que pensar que a curva normal a partir dos 30 anos é para baixo, assim sendo, nossos músculos precisam ser expostos a estímulos tanto de movimento aeróbico quanto de força e resistência. Sendo assim, quando falamos de pacientes com patologias que levaram à doença renal temos um fator que agrava acelerando o declínio da musculatura, logo, pacientes em diálise não só podem, como devem fazer atividades físicas. A CDR tem pacientes que são verdadeiros atletas, nadando, correndo, praticando musculação. Os exercícios, além de manterem e promoverem aumento na massa magra, ou seja, muscular, melhoram a circulação sanguínea, diminuem edemas e cãibras e ainda liberam hormônios que melhoram o humor, uma verdadeira terapia. Como sempre falo para meus pacientes, a ideia é se manter independente pelo maior tempo possível, conseguir ir ao banheiro sozinho e levantar sozinho.

O paciente Jaime Loureiro, 83 anos, tem artrose no quadril direito, e após iniciar fisioterapia e seguir orientações com fisioterapia domiciliar, voltou a caminhar e hoje pratica pilates duas vezes por semana. A paciente Katia Alves Pinto, 62 anos, diz que a fisioterapia mudou sua vida. “Eu andava mancando, não conseguia dobrar o joelho e o braço direito nem ia mais para trás. Me incomodava muito. Com as atividades, devagarinho fui melhorando. O braço já voltou a mexer, até coloco nas costas. Nas pernas, os exercícios curaram em três meses. Hoje em dia eu caminho por uma hora. Até subi ladeira!”, relata.

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