Doutora pelo Instituto de Arte da Unicamp, mestra em Poéticas Visuais pela USP e graduada em Artes Plásticas pela Faap, Flávia Junqueira é uma artista cujo currículo já impressiona por si só, isso sem falar na sua produção.
Com projetos e exposições em vários Estados do Brasil e em outros países, como França e Lituânia, Junqueira prepara uma nova exposição: ‘Igrejas Barrocas e Cavalo de Pau’. Programada para acontecer em outubro, na galeria Zipper, em São Paulo, a nova exposição da artista tem o objetivo de fazer com que o espectador se sinta como uma criança.
Na entrevista a seguir, a artista conta um pouco de sua trajetória na arte, a relação com a temática infantil, projetos futuros e muito mais. Confira:
Como começou a sua relação com a arte?
Começou quando ainda era criança. Os meus pais são médicos, mas eles perceberam que eu tinha uma habilidade muito grande voltada à arte. Então, eles me colocaram em um curso artístico quando eu tinha 10 anos. Eu entrei muito nova e me formei lá, fiz vários cursos. Dessa forma, entrei na Faap no curso de artes plásticas. Inicialmente eu fazia desenhos e pinturas, já a fotografia veio no final da faculdade em 2008. Sempre tive um olhar para elementos que esteticamente eram muito elaborados e apurados.
Como surgiu a ideia para a nova exposição?
‘Igrejas Barrocas e Cavalo de Pau’ é resultado de muita pesquisa e de trabalhos que foram acontecendo, mas esse título é de um ensaio do antropólogo Roger Bassid, realizado em 1944, falando sobre a relação das igrejas barrocas brasileiras e os brinquedos de parque de diversão que encontrou nos parques do nordeste. É uma relação muito clara entre o elemento infantil e a memória arquitetônica. No geral, é um texto que vai de encontro ao que eu pesquisei, fez parte da minha pesquisa de doutorado.
O universo infantil é um tema central da sua produção?
Eu sempre fui uma criança com vontade de ser criança. Até hoje, como adulta, coleciono brinquedos, sou apaixonada pela Disney, pelas fábulas infantis, pelas crianças, no geral. Esse universo é muito importante para que as crianças tenham mais liberdade, menos tabus, limitações e repressões. Olhar para esse lugar de fábula, ficção, e enxergar um lugar onde existe a possibilidade de criar novas realidades, novas magias.
