“Fui vítima da maior mentira jurídica em 500 anos de história”, diz Lula

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, na manhã desta quarta-feira (10), ser “vítima da maior mentira” da justiça do Brasil. “Sei que fui vítima da maior mentira jurídica contada em 500 anos de história [do Brasil]”, afirmou o ex-presidente no discurso, sobre o processo conduzido pelos procuradores da Lava Jato e sentenciado pelo ex-juiz Sergio Moro.

O pronunciamento foi feito na primeira coletiva do ex-presidente após a anulação das condenações na Lava Jato, realizada no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anular suas condenações na Lava Jato por entender que a 13ª Vara de Curitiba não tinha competência para analisar os casos.

Em seu discurso, Lula afirmou que a tensão de passar por um processo de acusação afetou sua família e levou sua então mulher à morte. “Sei que minha mulher Marisa morreu por conta da pressão e o AVC [Acidente Vascular Cerebral] se apressou”, disse ele. Marisa Letícia morreu em 2017, antes da prisão do petista.

Durante sua fala, que durou cerca de 1h30, o ex-presidente disse ter razão para ter “muitas e profundas mágoas”, mas que não as tem, e relacionou seu caso ao sofrimento da população mais pobre durante a pandemia. “Eu fui proibido até de visitar meu irmão dentro de um caixão”, lamentou Lula, relembrando a morte do irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá, morto em 29 de janeiro de 2019.

“Mas isso não é nada diante da dor de milhões de pessoas. Não tem nada pior do que o cidadão saber que está desempregado e que no final do mês não vai ter um salário para sustentar sua família”, completou ele, se referindo à pandemia do novo coronavírus que atingiu o Brasil.

Por fim, Lula chamou o presidente Jair Bolsonaro de “fanfarrão” e criticou a forma como ele está conduzindo o país. Afirmou que o Brasil “não tem governo”, que a população precisa de emprego e não de armas, e defendeu a vacinação e as medidas de isolamento social.

“Eu vou tomar minha vacina e quero fazer propaganda pro povo brasileiro: não siga nenhuma decisão imbecil do presidente da República ou do ministro da Saúde. Tome vacina. Tome vacina porque a vacina é uma das coisas que pode livrar você do Covid. Mas mesmo tomando vacina, não ache que você possa tomar a vacina e já tirar a camisa, ir pro boteco, pedir uma cerveja gelada e ficar conversando, não! Você precisa continuar fazendo o isolamento, e você precisa continuar usando máscara e utilizando álcool em gel”, concluiu.

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