De olho no mercado mundial, o Governo do Amazonas investe na cadeia da produção de pitaya no estado. Um termo de convênio assinado entre a Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror) e a Prefeitura de Rio Preto da Eva (a 57 quilômetros de Manaus) está implantando 100 unidades demonstrativas para a difusão da cultura da fruta no município.

Proveniente do México, a pitaya é consumida mundialmente e, por ser um cacto, resiste em locais com altas temperaturas, ou seja, é perfeita para o ambiente amazônico. O cacto do qual é extraída a fruta de coloração rosa está ganhando espaço entre os produtores rurais de Rio Preto da Eva, que já recebeu incentivos para a distribuição de mudas da planta aos agricultores.

“Nós firmamos uma parceria com a Prefeitura de Rio Preto da Eva para identificarmos 100 pequenos produtores rurais interessados em cultivar a pitaya, garantindo mudas, insumos de um modo geral, fertilizantes, minerais e orgânicos para que esses produtores possam produzir. Visando fornecer essa matéria-prima, o fruto da pitaya, para indústria, pensando no mercado internacional”, afirmou o secretário da Sepror, Petrúcio Magalhães.

O secretário enfatizou, ainda, que os coeficientes de produção no estado já estão dando bons resultados. No primeiro ano de produção, já foi registrada a produção de quatro toneladas da fruta por hectare. No segundo ano, o número já chegou a nove toneladas.

“O Governo, por meio do programa Agro Amazonas, está observando o mercado, vendo aquilo que tem viabilidade econômica, aqui no nosso estado, para garantir as condições para que esses produtores possam entrar na atividade e garantir renda para as famílias, gerando emprego e renda no interior. Então, a partir do momento que a pitaya se instalou aqui, ela se adaptou muito bem ao nosso clima e os produtores estão percebendo a vantagem econômica de produzir a fruta”, completou o secretário.

Incentivo

O empresário e agricultor Cléber Medeiros encontrou na pitaya uma alternativa de cultivo fácil, ecologicamente correta e potencialmente rentável. A plantação no sítio dele, na rodovia AM-010, começou com 50 pés da frutífera. Agora, já são mais de 110 mil pés do cacto.

“Com a graça de Deus, nós estamos conseguindo produzir uma fruta de sabor sem igual numa terra degradada, onde o calor e a chuva castigam severamente a plantação. Mas a pitaya encontrou aqui o seu lugarzinho. Então a gente está conseguindo abastecer todo o mercado local. Só que o nosso foco não é permanecer aqui, nosso foco é cruzar os mares, nós queremos exportar a pitaya”, afirmou Medeiros.

Por meio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazonas (Idam), o empresário e agricultor recebeu apoio nos processos de mecanização da terra para o cultivo da pitaya.

“Hoje nós estamos vendendo aqui no mercado local o quilo da pitaya a R$ 18. Não tem nenhum outro produto hoje, aqui em Manaus, com a possibilidade de exportação, um potencial tão grande quanto a pitaya”, afirmou.