quinta-feira, 28 março, 2024
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Grupos vulneráveis recebem estratégia de prevenção ao vírus HIV

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Teve início ontem, na Clínica da Família Raimundo Franco de Sá, localizada no bairro Nova Esperança, zona Oeste, a oferta da Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), que tem o objetivo de proteger os grupos mais vulneráveis ao vírus da imunodeficiência humana, como profissionais do sexo, pessoas trans, gays, homens que fazem sexo com homens e casais sorodiferentes (em que um dos parceiros já foi infectado pelo HIV).

Coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), a estratégia consiste no uso diário do medicamento por pessoas não infectadas pelo HIV. A secretária interina da Semsa, Aline Rosa Martins, avalia que esse método de prevenção representa proteção às pessoas mais expostas. “Temos um índice significativo de infecção pelo HIV em grupos vulneráveis e com essa estratégia temos mais chances de reduzir o número de casos. É um avanço da gestão do prefeito David Almeida, que vai possibilitar que pessoas em situação de risco fiquem mais seguras”, acentua.

Para facilitar o acesso à PrEP, os Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) da clínica da família Raimundo Franco de Sá estão fazendo busca ativa na área. A diretora da clínica, Loana Guedes, explicou que além dos ACSs, a equipe que atua na unidade foi preparada para receber os usuários, possibilitando uma escuta qualificada.

“O usuário é atendido na sala de acolhimento, onde recebe todas as informações e orientações necessárias sobre a PrEP. É uma conversa na qual o profissional de saúde esclarece dúvidas, de forma que o usuário não fique constrangido. Tudo é conduzido com muito respeito, cuidado e atenção”, reforça.

No acolhimento, além dos dados para a criação do cadastro, como endereço e telefone, são levantadas informações sobre o comportamento sexual do usuário, seguindo as orientações do Ministério da Saúde. Além da área de abrangência da clínica da família, candidatos ao uso dessa profilaxia de outras localidades podem ser encaminhados à unidade de saúde. “Aqui, fazemos a verificação, avaliação, aconselhamento e o acompanhamento, para ver se realmente há uma indicação para o uso da medicação. Nós estamos de portas abertas”, enfatiza Loana.

Proteção

A médica infectologista Aline Alencar, que atende na clínica da família do bairro Nova Esperança, explicou que a PrEP faz parte da “mandala de prevenção combinada”, que prevê novas formas de proteção, que complementam as ações de enfrentamento à epidemia do HIV, a partir da oferta de metodologias cientificamente comprovadas. “A PrEP é uma dessas estratégias. É direcionada para quem ainda não foi infectado pelo HIV, mas que se encontra em risco à infecção. O medicamento, que precisa ser tomado diariamente, cria uma barreira, que evita que o vírus HIV entre no organismo. É um avanço significativo, que trará resultados animadores”, comemora.

Avaliação

O candidato ao uso da PrEP é avaliado para verificar se tem Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), hepatites B e C, sífilis e HIV com a realização de testes rápidos. Uma vez que apresente as condições necessárias para receber essa profilaxia, o candidato segue para uma consulta com um infectologista, clínico geral ou outro profissional de saúde, e já pode iniciar a prevenção. “Esse processo dura em média, 40 minutos. E ele já pode tomar o medicamento no mesmo dia. Depois de 30 dias retorna para ser reavaliado e segue com esse acompanhamento”, informa a infectologista Aline Alencar.

É importante salientar que a PrEP não é uma vacina, sinaliza a diretora da clínica da família Raimundo Franco de Sá, Loana Guedes. “O usuário não pode relaxar nos cuidados. A PrEP garante a prevenção contra o HIV, mas as outras ISTs ainda representam risco à saúde. É preciso ficar vigilante”, aconselha.

 

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