quinta-feira, 28 março, 2024
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Itaú Cultural estreia o Palco Virtual Ancestralidades com temporada de Prot{AGÔ}nistas

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O Itaú Cultural amplia o olhar sobre a sua programação on-line e estreia o Palco Virtual Ancestralidades, que passa a entrar nas redes virtuais da instituição sempre no primeiro domingo do mês, dando luz à produção artística e temática afro-brasileira. Estreia no dia 6 de março, com Prot{AGÔ}nistas, espetáculo de variedades circenses contemporâneas, idealizado e dirigido por Ricardo Rodrigues, com um discurso de empoderamento, que reúne artistas, dançarinos e músicos negros. A apresentação, gravada, segue até 27 de março, o Dia Internacional do Circo, sempre no YouTube do Itaú Cultural www.youtube.com/itaucultural, permanecendo 24h no ar durante todo o período, a partir das 9h do dia 6, até as 23h59 de 27 de março.

A programação faz um link direto das apresentações com a plataforma Ancestralidades https://www.ancestralidades.org.br, lançada em novembro de 2021 pelo Itaú Cultural e a Fundação Tide Setubal. A proposta é oferecer ao público, a partir das atividades, informações a respeito de artistas, movimentos, termos e temáticas ligadas às questões raciais, disponibilizadas de forma atualizada e estruturada na plataforma, ampliando olhares e repertório de discussões.

Prot{AGÔ}nistas leva à cena a delicadeza e a força do intérprete protagonista. Na direção e dramaturgia de Ricardo Rodrigues, os aparelhos circenses ganham novos significados ou tornam-se o mais imperceptível possível, para que o intérprete e a música estejam sempre à frente, em comunicação direta com a plateia.

O espetáculo dá luz ao circo a partir de uma referência ancestral. Nas performances organizadas por Washington Gabriel, o tom acrobático permeia toda a apresentação, e reúne a força corporal e de expressão dos artistas em coreografias que vão da capoeira ao hip hop, do balé à dança sul-africana gumboot, na qual se usa botas de borracha e cano alto.

Esse grande elenco, composto por cerca de 30 artistas, também leva ao palco uma sequência circense com números de faixa, palhaçaria, tecido, malabares, trapézio, contorcionismo, perna de pau e equilíbrio. Técnica, humor e poesia se encontram na apresentação, que traz a ancestralidade para os tempos atuais, com um olhar moderno do que é história e referência.

Para ambientar a plateia dentro dessa proposta, a iluminação traz foco e tom em cores que ressaltam estados e essências da África. A musicalidade do espetáculo, organizada por Renato Ribeiro, é composta, em sua maioria, por canções autorais dos músicos em cena e arranjadas por Tô Bernado, potencializando a força imagética do espetáculo.

Sobre o diretor

Ricardo Rodrigues é ator, diretor e circense. Fundou, em 2007, a Cia Solas de Vento, que experimenta a linguagem teatral aliada às técnicas de circo, dança e audiovisual. É o idealizador do coletivo Prot{AGÔ}nistas, que estimula a produção de arte contemporânea de seu aquilombamento de artistas. Realizou parcerias com Circo Zanni, Cia Baião de Dois, Cia Armárias, Núcleo enxame de Circo, Cia Diálogos Acrobáticos, Cia Linhas Aéreas, Núcleo Artérias de Dança, Duo Éos, Circo Fractais, Trupe Koskovsky, Acrobático Fratelli, Circo Mínimo, Circo Vox, Circo Nosotros e Central do Circo

Selecionado pelo Cirque du Soleil como acrobata aéreo e ator físico, já percorreu os palcos de 23 capitais brasileiras e participou de festivais internacionais em Tóquio, Munique, Seoul, Shanghai, além de participar de turnês por oito estados da China. Em 2021 foi docente da cadeira de Humor na SP Escola de Teatro. Em 2022, embarca em turnê com o repertório Viagens Extraordinárias, da Cia Solas de Vento, para público infanto juvenil, por cidades como Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Curitiba e Salvador, entre outras.

Na plataforma

Quem quiser ir além do espetáculo, pode pesquisar verbetes e outras informações sobre artistas negros dedicados ao circo em Ancestralidades www.ancestralidades.org.br. O espaço reúne biografias e trajetórias de personalidades negras e suas histórias, listagem dos marcos históricos desde o início do século XVI e conceitos sobre o tema, como raça, gênero, quilombo, afrofuturismo, entre outros.

Entre os verbetes de artistas circenses brasileiros disponibilizados estão o de Eduardo das Neves (https://www.ancestralidades.org.br/biografias-e-trajetorias), que a partir de 1895 começou a atuar como palhaço no circo e no circo-teatro, e ficou conhecido por utilizar crônicas da sociedade. Tem também o da Palhaço Xamego (https://www.ancestralidades.org.br/biografias-e-trajetorias), considerada a primeira palhaça negra brasileira, que se apresentava com seu nome masculino, em uma época na qual mulheres não atuavam como palhaços no universo circense brasileiro.

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