sexta-feira, 19 abril, 2024
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Melhor Idade: Como não praticar etarismo no aprendizado

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O envelhecimento é uma fase natural da vida, onde o amadurecimento é inspirador às novas gerações e onde os desafios se tornam pequenos diante de toda sabedoria, mas, de certa forma, pessoas com idade 50+ ainda passam por algum preconceito. Pensando nisso, o dia 15 de junho traz a mensagem de abominação sobre e qualquer manifestação de repúdio à violência a esse público, por meio do reconhecimento de suas vulnerabilidades e direitos, bem como visando as formas de protegê-los.

Segundo o relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde), no Brasil, o etarismo começa até mesmo antes de as pessoas chegarem à terceira idade, sendo que 16,8% dos brasileiros com mais de 50 anos já se sentiram vítima de algum tipo de discriminação por estarem envelhecendo, como ações discriminatórias que afetam a saúde física e mental dos idosos. (A pesquisa foi realizada com mais de 80 mil pessoas de 57 países).

E quando o assunto é “estudar”, algumas pessoas da terceira idade pensam duas vezes antes de encarar os desafios da sala de aula e estar presente com a maioria da turma com um perfil jovem. O anseio de sofrer preconceito na sala de aula antes de se inscrever a um curso desejado inibe um senhor ou uma senhora de ir até o fim de seu sonho ou de conseguir um novo emprego. Mas mesmo diante desse fato, muitas pessoas da terceira idade não permitem encerrar uma meta pelo preconceito, e buscam se especializar e se capacitar mais para conquistar uma vaga no mercado de trabalho.

E a tendência é aumentar o número de pessoas 60+ em busca de um emprego, pois de acordo com dados recentes da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, entre 2013 e 2017, o número de pessoas com 65 anos ou mais com carteira assinada aumentou 43%, o que ainda tende a aumentar, devido ao aumento de idosos. De acordo com a OMS, até 2050, o mundo terá mais de 2 bilhões de idosos. No Brasil, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que 14,6% da população do país tem 60 anos ou mais, o que equivale a 30,3 milhões de pessoas.

E mesmo com o preconceito ativo, a boa notícia é de que 91% das empresas contratariam um profissional com 50 anos ou mais, segundo ainda a pesquisa da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia. Não somente se atentar a assuntos de empregabilidade e estudos ao público idoso, mas também de extrema importância de que a sociedade esteja atenta sobre assunto de maus tratos. Segundo números do Disque 100, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (dados obtidos via Lei de Acesso à Informação), foram mais de 25 mil denúncias em todo o país entre março e junho de 2022.

“Ter um cuidado especial com os nossos entes queridos é um dever de toda sociedade, depois de toda contribuição que prestaram ao país e as suas famílias, o mais digno é retribuir com todo o gesto de amor que nos foi compartilhado pelos mesmos. Se uma pessoa da terceira idade pretende realizar mais sonhos, como o de estudar ou de trabalhar, ou de simplesmente ter a salvaguarda de que será bem tratado ao estar em qualquer ambiente, ele deve ter a garantia desse direito”, ressaltou Rogério Silva, CEO do Cebrac.

O Cebrac (Centro Brasileiro de Cursos) oferece o curso de Cuidador, que forma o aluno para atender um idoso da maneira que ele deve ser tratado. Para a aluna do Cebrac de Londrina, Ruth de Souza, formada neste ano de 2022 na área de Cuidador, cuidar de um idoso é mais do que oferecer o amor, mas também saber as maneiras de como prestar esse cuidado. “Eu já atuava na área antes de ser especializada, mas depois que fiz o curso de Cuidador, no Cebrac, tudo ficou diferente, a abordagem com o paciente e o comportamento perante os familiares foram aperfeiçoados. Aprendemos também como manipular os medicamentos e de como conversar com o paciente conforme as queixas e o aparecimento de alguns hematomas, sabendo lidar com as situações”, explicou Ruth.

Ainda segundo a aluna do Cebrac, alguns idosos sofrem de depressão, sendo necessário o apoio de um profissional especialista, de um familiar e do cuidador. ”Diante de alguns preconceitos que esse público ainda passa, muitos senhores (as) acumulam em sua memória situações de injustiças e expressam esse sentimento de alguma forma, seja pelo comportamento ou através das conversas. Todos que fazem parte da vida de um ente com mais idade precisam ter paciência e proporcionar o carinho, o respeito e o amor. Estou muito orgulhosa em ter me formado neste curso, e pelo Cebrac, que possui professores e materiais qualificados. Sinto-me cada vez mais feliz quando escuto os elogios de familiares dos meus pacientes, é gratificante”, finalizou Ruth.

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