Nascida no Pará, Leila aprendeu a tocar piano aos 10 anos e passou a estudar com um conterrâneo, Guilherme Coutinho, músico de talento e presença importante no cenário musical de Belém. Em 1980, ela abandonou o curso de medicina e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde começou a carreira musical.

Leila Pinheiro não vem ao Amazonas há mais de sete anos. A última vez foi em 2015, mas nunca cantou em festivais de música em Manaus. Essa será a primeira vez estreando como atração principal de encerramento do “Amazonas Green Jazz Festival” ao lado da Amazonas Jazz Band. Em entrevista, ela diz estar honrada em poder fechar o festival, que este ano traz a preservação da Amazônia como destaque.

“A ideia era exatamente essa, chamar atenção para essa Amazônia. É grandiosa, mas aos poucos está sendo dizimada, depredada e machucada. Estamos atraindo a atenção das pessoas através da música, para pensarem um pouco nesse contexto que a gente vive no Brasil. Especialmente aqui na Amazônia, né? Então eu fico muito feliz, muito honrada de poder encerrar o festival. Para mim é um presente!”, afirmou.

Leila coleciona muitos prêmios da música e já fez turnês pelos Estados Unidos, Europa, Japão, Coréia do Sul e muitos outros locais. Em relação ao público destes países, ela diz sentir que os estrangeiros amam a brasilidade e que sentem uma certa inveja da produção cultural que existe no Brasil

Pandemia

Durante o isolamento social, a cantora não parou. Mesmo sendo um período difícil para a classe artística, ela tentou ficar extremamente produtiva e fez mais de cem lives. Durante esse período, ela também produziu quatro álbuns de estúdio. Porém, Leila foi bem crítica em relação à produção de discos e diz que não vê mais sentidos em criar músicas para o streaming.

“Eu ando um pouco triste com essa coisa do álbum. O que é o álbum? São músicas de uma plataforma digital que você não sabe quem escuta, não sabe quem reproduziu. Você faz um produto que precisa ter um conceito, planeja e dedica sua vida ali para que aquilo vá para o mundo e de repente você vai para as plataformas digitais e ponto. Ninguém mais tem CD, então não adianta fazer CD, né?  Desde que lançaram o iPod, eu acho que houve uma revolução no mundo, mas a música foi pra outro canto”, afirmou.

Sobre o que o público pode esperar para este show de encerramento, Leila não hesitou em dizer que este concerto é para quem ainda não teve a oportunidade de ver Leila Pinheiro com Amazonas Jazz Band: “É para muita gente que não veio ainda, que nunca viu esse espetáculo e nunca viu o meu encontro com a Amazonas Band. Então, é muito forte”, concluiu.

Com um novo conceito, propondo o desafio de alinhar cultura, sustentabilidade e meio ambiente, o “Green Jazz Festival 2022” acontece desde o dia 22 de julho. O evento foi adiado em 2020 e 2021, por conta da pandemia, mas voltou a reunir estrelas da música instrumental brasileira e da elite internacional do jazz, neste ano. O Amazonas Green Jazz Festival é uma realização do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC-AM).