domingo, 12 maio, 2024
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Neurocientista revela que Covid-19 pode afetar cognição do cérebro

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A Covid-19 é ainda alvo de muitos estudos para os cientistas. A doença, que há pouco mais de um ano e meio tem chamado a atenção de todo o mundo para seus sintomas e pela letalidade, também é constante objeto de pesquisas para se determinar sua origem e suas consequências para a saúde humana após a contaminação pelo vírus. É através das descobertas que a comunidade científica se debruça na esperança de encontrar respostas para as inúmeras perguntas que surgiram juntamente com a enfermidade. Por outro lado, uma das descobertas recentes é que a Covid-19 pode estar associada ao declínio cognitivo e à aceleração de sintomas semelhantes aos do Mal de Alzheimer.

De acordo com dados divulgados na última quinta-feira (29), pesquisadores estão buscando entender os efeitos da Covid-19 a longo prazo no sistema nervoso central. Eles têm encontrado problemas de memória e marcadores biológicos semelhantes aos observados em pacientes com doença de Alzheimer. Ambas as doenças foram marcadas por uma inflamação do cérebro. Quem tem acompanhado estas pesquisas é o PhD, neurocientista, psicanalista e biólogo, Fabiano de Abreu: “Não apenas a Covid-19, como também síndromes respiratórias graves estão relacionadas a mudanças na cognição e comportamento”, destaca.

Segundo Fabiano, “quanto a doença de Alzheimer não é seguro afirmar a relação da Covid-19 com a doença ainda. A relação da proteína ‘Tau’, biomarcador em ambas as doenças, envolve os neurônios, memória, atenção, cognição e o gene responsável pela produção desta proteína; há também a relação com fatores genéticos. A Covid-19, segundo mostram os estudos, pode sim acelerar o processo relacionado a esse marcador genético já existente”. Além disso, o neurocientista explica: “Nosso cérebro é plástico, as informações que temos ainda são insipientes para definir se as alterações cerebrais são irreversíveis ou não. Que causa lesão neuronal já comprovei isso em 2020 em meu artigo. Qualquer variação como perda de olfato e paladar, já demonstram injúrias cerebrais causando alguma sequela”.

Além disso, Abreu considera que a recuperação é gradativa, por isso,  “o tempo pode ou não ser determinado de acordo com a genética do indivíduo, momento do organismo no quesito imunidade e a intensidade da infecção.” Para lidar com esta questão emocional, o neurocientista recomenda que as pessoas façam uma espécie de ginástica cerebral. “Ela torna-se cada vez mais importante, seja pela ansiedade potencializada, comum nos brasileiros, como também pela recuperação e precaução cognitiva. Pessoas com Covid-19, comprovadamente, precisam de terapia voltada ao treino cognitivo, de hábitos que promovam essa neuroplasticidade”, completa.

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