sábado, 27 abril, 2024
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Nova vacina da dengue chega ao AM em meio a record de casos

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Lançada há poucos dias no Brasil, a nova vacina da dengue – QDENGA (TAK-003) – já está disponível também no Amazonas. O imunizante chega ao estado em um momento recorde de casos: foram notificados 10.852 registros da doença de janeiro a junho. O número já é mais que o dobro do total verificado em todo o ano de 2022, quando foram contabilizados 5.440 casos. Os dados são da Fundação de Vigilância em Saúde Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) e do Ministério da Saúde (MS). Nesse período, mortes foram confirmadas, sendo a maioria na região do Alto Solimões.

A nova vacina é produzida pelo laboratório Takeda e já está licenciada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que garante a segurança do imunizante. A QDENGA protege contra todos os quatro tipos do vírus causadores da dengue e apresenta maior eficácia que a atual vacina disponível no mercado.

A dengue é uma doença infecciosa febril aguda, que pode se apresentar de forma branda ou grave, dependendo do vírus envolvido e de fatores como infecção anterior e da presença de crônicas, como diabetes, asma brônquica e anemia falciforme.

A dengue é reconhecida como uma das principais causas de doenças graves e morte em crianças de alguns países da Ásia e América Latina. Não existe tratamento específico para as formas de dengue, seja leve ou grave. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda, além da vigilância epidemiológica, o diagnóstico e atendimento médico precoces e adequados para redução da mortalidade.

Em 2023, dos 1.994.088 casos de dengue notificados na Região das Américas, 775.369 (38,9%) foram confirmados laboratorialmente e 2.597 (0,13%) foram classificados como dengue grave. O maior número de casos de dengue foi observado no Brasil, com 1.515.460 casos, seguido pela Bolívia, com 126.182 casos, e pelo Peru, com 115.949 casos. Em relação aos casos de dengue grave, um número maior de casos também foi observado no Brasil.

A nova vacina foi produzida a partir do tipo 2, vírus mais grave da doença, e faz proteção contra os quatro tipos de vírus – DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4 – sendo os tipos 1, 2 e 4 os mais comuns no Brasil. Já o tipo 3 não causa epidemias no país há cerca de 15 anos.

Múltiplos vírus

Especialistas observam que quando uma situação como essa acontece, de um sorotipo ser introduzido ou voltar a circular, aumentam as chances de um surto ou epidemia, porque há muitas pessoas sem defesas contra aquele tipo de vírus da dengue.

“Como existem quatro sorotipos de vírus da dengue, quando a pessoa é contaminada, fica imune (protegido) àquele tipo específico, por exemplo o DENV1. Mas pode contrair novamente a doença pelos outros tipos do vírus. A nova vacina mostrou-se eficaz na proteção contra todos os sorotipos”, explica a consultora de Imunização do Sabin Diagnóstico e Saúde, a médica infectologista Ana Rosa dos Santos.

O novo imunizante ampliou a indicação para pessoas de 4 a 60 anos de idade, previne cerca de 80% dos casos gerais de dengue, cerca de 15% a mais do que vacinas anteriores, e redução em mais de 90% da hospitalização. O esquema vacinal é reduzido, necessita de duas doses, com intervalo de dois meses entre elas.

No entanto, é preciso destacar que a vacina QDENGA (TAK-003) não elimina a necessidade de adoção das outras medidas que evitam a proliferação do mosquito. Eliminar os criadouros do inseto continua sendo a forma mais eficaz de se evitar a Dengue, ao mesmo tempo, a Zika e a Chikungunya, que também são transmitidas pelo Aedes. Encher os pratinhos dos vasinhos de plantas com areia, tampar caixas d’água, cisternas e quaisquer reservatórios de água, limpar calhas e ralos, guardar garrafas e outros recipientes com a boca para baixo, são algumas das medidas que impedem a reprodução do mosquito.

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