quinta-feira, 9 maio, 2024
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O visual marcante do animal print na arquitetura de interiores

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Em um cenário onde a expressão individual ganha cada vez mais destaque, a arquitetura de interiores se torna uma tela para a manifestação de personalidade. Seja ela sutil, maximalista ou rústica, colocar a própria identidade em um ambiente é a assinatura final de pertencimento ao local, compartilhado ou não. E longe ser uma mera tendência no vestuário e nas passarelas de moda, a utilização do animal print no décor, inspirado nas texturas e padrões encontrados na natureza, redefine o que é ‘aceito’ na construção de um espaço. Da pele de leopardo ao padrão zebra, a escolha da estampa é um convite para a expressão audaciosa de individualidade, elevando o status do design de interiores para uma forma de arte moderna e vibrante.
No comando do Mazorra Studio, o arquiteto Gabriel Mazorra levou para dentro do próprio apartamento esse conceito. Destemido, ele transformou sua morada, em companhia da esposa, em uma verdadeira tela contemporânea permeada por texturas, cores, elementos e, claro, o animal print. “Acredito que o importante é entender que esses padrões com peles, pelagens e couros rementem a algo mais selvagem e desenhos muito originais. Por isso, um jogo de almofadas, por exemplo, é um ótimo começo nesse universo”, conta.
Para ele, não é necessário criar um ‘zoológico’ em casa: o caminho é escolher um padrão aplicá-lo em uma única peça que, por si só, vai dizer tudo. “O xadrez, o floral e os arabescos interagem muito bem com a proposta, resultando em uma harmonia muito bacana para o ambiente”, analisa o arquiteto.
Combinação
Apesar de um visual totalmente acentuado, o animal print não exige, necessariamente, um único estilo, tampouco um vínculo. Dentro de um projeto mais clean e minimalista, a estampa eleva a força da decoração. Entretanto, Gabriel pontua que a ideia é sempre manter o cerne fluido da área, ou seja, colocar a intensidade animal em um único item, como um pequeno tapete sob uma mesa lateral na sala de estar.
Agora, se a leitura for a construção de um espaço amplamente étnico, repleto de objetos e cores que remetam à natureza e estampas tropicais, é quase impossível não adotar o animal print. “Não é algo que ficará over, mas que complementará na medida”, discorre o profissional.
Em sua análise, ele também acredita na força da estampa em um décor mais clássico, que pode ser encaixada com referências ligadas ao xadrez. “Historicamente, o clássico é muito conectado com adornos, texturas e a exibição que a aristocracia exercia com animais caçados e que eram vistos como troféus em casa. E por essa ligação forte que foi construída, o animal print vem bem ao caso no estofamento de uma poltrona de jantar”, analisa.
Entre as possibilidades encontradas no mercado decorativos, zebra, onça, tigrado e até mesmo a pelagem da girafa são as referências mais buscadas. Todas se comportam muito bem com tons de bege, marrom, preto e branco, entregando um visual ‘neutro’ apesar dos desenhos cheios de substância. No entanto, o couro de padrões selvagens, como cobra e jacaré são um charme à parte e saem do senso comum.
No projeto realizado pelo arquiteto Gabriel Mazorra, o clima tropical da decoração, visto inclusive no estofado das poltronas da mesa de jantar e no tapete da sala, conta com o frescor dos ambientes externos e reforçam a ligação do homem com a natureza, assim como o animal print, que se funde com a personalidade exposta nas áreas | Foto: Sidney Doll
Outro alerta diz respeito à adequação do tecido que receberá a impressão do animal print. Conforme a análise do arquiteto, a impressão de onça fica interessante no veludo, desde que forneça uma qualidade capaz de entregar nitidez à estampa. “O mesmo deve acontecer com as características de qualquer outro tecido, que não podem interferir e entregar o aspecto de algo mal construído”, orienta o profissional.
As combinações com a cartela de cores
Ainda que a conexão esteja mais direcionada à paleta neutra, o animal print também conversa com uma cartela mais viva e ousada. O verde-escuro propicia um clima de selva, enquanto o vermelho e o rosa, ambas com grande sinergia, entregam irreverência e o visual solar do amarelo se estabelece com o zebrado.
Onde colocar?
Parede, tecido, sofá, estofado, poltrona… no olhar experiente de Gabriel Mazorra, as opções são infinitas! O ponto de partida é sentir-se à vontade e, por isso, um caminho confortável é iniciar com acessórios como almofadas, evoluir para itens maiores como cortinas e tapetes e, por fim, ousar em peças marcantes como sofás e divãs. “Essa aventura vale a pena!”, chancela.
No seu ponto de vista, do living à lavanderia, o animal print parte do princípio de conceito que se quer dar ao ambiente e pode estar em todos os ambientes do projeto residencial. A premissa é entender o objetivo de cada espaço, a ambiência e o impacto desejado e o garimpo de peças que farão parte dessa formação. “O principal é entregar personalidade”, conclui o arquiteto. 
Os espelhos da suíte do casal, o arquiteto Gabriel Mazorra investiu os emoldurou com icônicas pintas felinas e selvagens, mostrando que o animal print é democrático e cabe em qualquer ambiente desde que o conceito esteja claro | Foto: Sidney Doll
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