domingo, 5 maio, 2024
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Os irresistíveis peixes amazônicos e a ingesta acidental da espinha

Em

por Álvaro Siqueira*

Os peixes amazônicos são reconhecidos mundialmente pelos seus sabores inigualáveis e faz parte da alimentação diária da população amazonense. A preocupação é a ingesta involuntária das espinhas, principalmente nos peixes menores como sardinha, pacu, jaraqui, dentre outras delícias.

A espinha ingerida de forma acidental pode ser engolida e seguir o trajeto fisiológico do trato digestivo, o que é esperado e que posteriormente será eliminada nas fezes. O hábito de comer de forma rápida e não mastigar corretamente, a espinha pode ficar presa em algum seguimento da faringe, laringe e em alguns casos mais graves ser aspirada para o trato respiratório, tornando-se um quadro emergencial e trazer complicações graves. O alerta maior vai para as crianças e seus responsáveis, os adultos devem redobrar os cuidados em separar as espinhas da carne do peixe “catar”, para depois oferecer o alimento em segurança aos menores.

Ao engolir a espinha, se você perceber a sensação que ficou algo preso na garganta, interrompa imediatamente a refeição, tome água e faça movimentos repetidos deglutindo a saliva e hidrate quantas vezes for necessário. Diga NÃO as recomendações caseiras de comer pão, farinha e outras diversas crendices que também não irão ajudar na retirada da espinha presa e irão somente atrapalhar se você precisar de ajuda médica, dificultando a visualização do ponto onde o corpo estranho está preso.

Quando o sintoma persistir e você começar a sentir dor ao engolir, é hora de procurar ajuda médica de um otorrinolaringologista, que irá ser minucioso ao exame da garganta, muitas vezes, as espinhas costumam se alojar nas amigdalas e a retirada é feita com facilidade, mas quando elas estão localizadas nos seguimento inferior da faringe e laringe, é necessário fazer um exame chamado de videolaringoscopia para ajudar na localização da espinha, bem como na sua retirada através de instrumentos adequados com angulação necessária para o sucesso do procedimento, com ou sem anestesia tópica. Manter-se calmo durante o processo é essencial para aliviar o seu desconforto, ajudar o profissional que irá agir, bem como reduzir o tempo entre o “desespero e a calmaria”.

DICAS:

  • comer com atenção, catar as espinhas, mastigar devagar e saborear o alimento, beber água e degluta repetidamente se perceber que algo ficou preso na garganta;
  • evitar a ingesta de peixes por crianças sem a presença de um responsável, caso perceba que a espinha ficou presa, interromper a refeição e não ingerir de forma alguma farinha, pão e outros.

 

Álvaro Siqueira – Otorinolarinologista
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