O estudo “Desenvolvimento de formas farmacêuticas sólidas com liberação modificada obtidas a partir de espécies vegetais da região amazônica” está sendo realizado no Laboratório de Inovação e Desenvolvimento em Tecnologia Farmacêutica (Lidetef), da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em parceria com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP-RP) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

De acordo com a pesquisa, o jucá é utilizado no combate à hipertensão, no entanto, também é um excelente cicatrizante e anti-inflamatório, com o qual o estudo desenvolve uma formulação tópica plástica com fins cicatrizantes. E o lacre-branco é antifúngico usado contra cepas de candidíase, entre outros fungos da pele, canais auditivos, nariz, superfícies orais e outras. Nesse caso, a pesquisa trabalha na formulação para combater infecções causadas por esses fungos tais como: a Pitiriase versicolor (pano branco) e Tinea corporis (impingem), além de problemas do couro cabeludo.

Em relação ao uchi amarelo, a pesquisa pretende desenvolver uma fórmula para combater os fungos vaginais e problemas inflamatórios do colo uterino, já que é considerado cientificamente um anti-inflamatório, enquanto que o cumaru tem óleo com ricas propriedades nutricionais e antioxidantes.

Para a coordenadora da pesquisa, doutora em Ciências Farmacêuticas da Ufam, Tatiane Pereira de Souza, a pesquisa através do potencial terapêutico e econômico das espécies estudadas estimula os arranjos produtivos locais, de modo a produzir matéria-prima de qualidade para a fabricação em larga escala dos produtos no momento oportuno, visto que, as espécies são inéditas no mercado de medicamentos.

“Estamos otimizando as formulações e em paralelo realizando estudos de caracterização tecnológica e físico-química, a fim de selecionar a melhor formulação para os estudos de estabilidade, para que cada planta tenha uma forma farmacêutica individual”, acrescentou Tatiane.

Acesso 

Para que a população tenha acesso aos medicamentos, serão necessários vários outros testes pré-clínicos e clínicos, a fim de que possa ser registrado nos órgãos competentes antes de chegar até a população. “É necessário que alguma indústria tenha interesse na fabricação, uma vez que na universidade trabalhamos em pequena escala, ou seja, apenas para a pesquisa”, completou.