sexta-feira, 3 maio, 2024
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Projeto que levou apresentações e oficinas de teatro lambe-lambe às escolas de Manaus finaliza com saldo positivo 

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A circulação do projeto “Amélia e a Flor – Circulação de Teatro Lambe-Lambe nas Escolas”, da Menina Miúda Produções Artísticas, chegou ao fim. O projeto passou por seis escolas de Ensino Fundamental, levando às unidades apresentações de teatro lambe-lambe e oficinas sobre o gênero teatral na primeira quinzena de abril. A professora e artista Amanda Mota, 31, que leciona na Escola Municipal Antônio Medeiros Da Silva – uma das escolhidas para receber o projeto – fez uma reflexão sobre o acesso de artistas às escolas.

“O professor sozinho não dá conta de suprir essa necessidade de apreciação, que é também um dos processos que estão em vista do que a gente chama de processo educacional. A gente tem, por exemplo, a metodologia de Ana Mae [uma educadora brasileira], que é o ‘ver, fazer e contextualizar’. E às vezes a gente faz, contextualiza, mas não aprecia. Então fica uma lacuna, porque tem toda a burocracia do dia a dia da rotina escolar e a gente não consegue suprir sozinho”, comenta Amanda.

Mota, que é uma grande incentivadora da arte nas escolas, afirma ter trabalhado, dentro de sua função artística fora da sala de aula, em fazer parcerias com os colegas que desenvolvem tais projetos, além de tentar fazer com que estes cheguem cada vez mais dentro das escolas. Principalmente nas públicas e de periferia. Segundo ela, tais escolas têm menos acesso e menos chances de receber oportunidades de apreciação artística. “Para mim, é importante nesse sentido, porque ajuda a gente a sanar uma das dificuldades que a gente enfrenta na escola”, declara ela.

Consumo da arte

Para o diretor do projeto e ministrador da atividade, Cairo Vasconcelos, o projeto, que atendeu alunos na faixa etária de 12 a 17 anos, foi bem recebido pelo público alvo. “Eu fiquei muito feliz com a repercussão da circulação. E o que me deixou mais feliz é de saber que a linguagem do teatro lambe-lambe foi bem recebida pelas pessoas, fez com que eles ficassem encantados durante a história. Em algumas escolas, os alunos perguntaram até quando iria ter de novo e qual seria a próxima apresentação”, afirma Cairo.

Para Vasconcelos, o projeto foi uma oportunidade de abrir portas e caminhos para próximos projetos a serem levados para as escolas. “Eu pude conhecer também outros lugares de Manaus, relacionados à periferia, e sobre como o acesso à cultura, a essas pessoas, é dificultado pela sua infraestrutura. A importância desse projeto é justamente levar, de um modo mais facilitado, essas obras que são realizadas aqui em Manaus. E, acima de tudo, pensar a escola como um lugar formativo e como uma maneira de plantar no coração desses alunos, na mente deles, o ato de cuidar da arte, de prestigiar a arte local”, completa ele.

Enredo

O espetáculo apresentado nas escolas contou a história da pequena Amélia, que tenta se proteger, dentro de um sótão, das consequências de uma guerra. A técnica do teatro lambe-lambe utiliza uma pequena caixa cênica, portátil, dentro da qual é encenado um espetáculo, que em geral tem curta duração, com a utilização de bonecos ou outros objetos que são animados.

As escolas que receberam o projeto foram a Escola Estadual Antogildo Pascoal Viana (bairro Novo Israel), CETI – Marquês de Santa Cruz (bairro São Raimundo), Escola Municipal Antônio Medeiros Da Silva (bairro União da Vitória), Escola Estadual Ângelo Ramazzotti (Adrianópolis), Escola Municipal Antísthenes de Oliveira Pinto (bairro Cidade de Deus) e IV CMPM – Escola Estadual Áurea Pinheiro Braga (bairro Gilberto Mestrinho).

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