sábado, 4 maio, 2024
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Referências em empreendedorismo feminino contam como quebrar as barreiras no negócio

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No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, empresárias e especialistas apontam os maiores obstáculos enfrentados pelas mulheres que tentam empreender e como superá-los

Dificuldade de conciliar a vida profissional com a pessoal, mentalidade de desmerecimento, falta de uma rede de apoio que incentive o crescimento. Esses são alguns dos principais desafios a serem superados pelas mulheres que buscam empreender. De acordo com a Global Entrepreneurship Monitor (GEM), principal pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, os negócios gerenciados pelas mulheres estão se recuperando de maneira lenta.

Conforme o relatório lançado em 2024 existem apenas cinco economias no mundo nas quais a proporção de mulheres começando um novo negócio é igual ou superior a proporção de homens: China, Colômbia, Equador, Tailândia e Lituânia.

Para a Cássia Souza, empresária e embaixadora do Clube da Mulher Brilhante, a grande questão é se manter num mercado cada vez mais competitivo e em constante evolução, pois muitas mulheres empreendem por necessidade e, quando se deparam com os desafios do negócio, se frustam.

“Entre os desafios enfrentados, posso citar a grande dificuldade de acesso a crédito para investir no meu empreendimento, a falta de um direcionamento, de um planejamento e também de buscar conhecimento daquilo que não dominamos muito bem. Esses fatores determinaram alguns momentos de crise, ao longo desses anos no empreendedorismo, e as vitórias foram consequências desses problemas enfrentados, reconhecendo que precisamos de ajuda. Fui buscar profissionais que me auxiliaram a entender de todos os processos de um negócio. Empreender não precisa ser solitário”, orienta a empresária.

Apoio

Ainda segundo o relatório do GEM, o apoio necessário às mulheres não se limita apenas ao financiamento, elas demandam estruturas como creches, instituições extracurriculares para seus dependentes, locais para cuidados com os idosos, ou seja, uma rede de apoio para que a empreendedora possa se dedicar a gerar valor ao seu negócio, sabendo que seus dependentes estão seguros e sendo cuidados.

“De uma maneira geral existe um incentivo com programas e ações as quais as empreendedoras podem obter financiamentos e instruções para abertura de seus negócios, como SEBRAE, bancos e outras instituições financeiras com linhas específicas de crédito ou ações governamentais como o Crédito Rosa da Afeam, por exemplo. Entretanto, os desafios das empreendedoras seguem sendo os mesmos das demais mulheres no mercado de trabalho: rede de apoio para cuidado com seus dependentes, e isso inclui necessidade de vagas em creches e instituições de cuidado com idosos, dupla jornada de trabalho, além dos desafios da gestão e posicionamento do seu negócio”, destaca a Economista, Presidente da Comissão da Mulher Economista, Diversidade e Sustentabilidade do Conselho Regional de Economia (Corecon) Karla Martins.

Karla conta que no início da carreira, passou por situações de diferenças salariais e disputa pela posição com profissionais do sexo masculino, mesmo possuindo mais qualificação e entregando mais resultados, sem obter sucesso por ser “mulher e jovem”.

“Naquela época, cerca de 15 anos atrás, as discussões da mulher no mercado de trabalho e estatísticas não eram tão presentes como agora, muitos dos assédios eram velados e tidos como ‘cultural’ nas firmas. Hoje, o desafio é a realização ou não a maternidade e seu impacto na vida profissional, pois sabemos que mesmo com rede de apoio a mulher sofre com seu retorno a rotina”, elucida.

Superação

Presidente do Instituto Norte Brasil Social e Cultura, Viviane Reis de Oliveira conta que os desafios são constantes.

“Enquanto presidente sou responsável pela gestão dos projetos sociais executados através de parcerias, captação de novos parceiros, gestão da equipe técnica e operacional, desenvolvimento de planejamento de metas e cronograma de atividades. Infelizmente a capacidade da mulher de ser multitarefa para alguns é compreendida apenas como viável para cargos de assistência, quando muito, gerência, porém, pouco valorizada para cargos de liderança, chefia e empreendedorismo”, observa.

“Por experiência própria posso dizer que vejo situações em que por ser mulher, a minha opinião por vezes é minimizada, a minha capacidade é questionada e diria até que minha voz é silenciada pela impetuosidade do brio do gênero oposto, mas em seguida, as teorias de conspiração ou o famoso ‘achismo’, caem por terra, quando percebem os resultados”, analisa Viviane.

A Coordenadora do Departamento de Assistência à Média e Pequena Indústria da Fieam, Erlem Lúcia Montefusco, orienta as mulheres que desejam empreender, começar ou mesmo retornar ao mercado de trabalho, a sempre se apoiarem no conhecimento.

“Você precisa começar, ‘arregaçar as mangas’, acordar de manhã e saber que você é responsável pela sua vida, que suas escolhas são quem definem o seu futuro. Definir o que quer fazer e buscar o conhecimento para ser a melhor profissional possível e não dar a ninguém o poder de frustrar suas conquistas”.

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