Os efeitos da pandemia na realidade de famílias ainda são marcantes, mesmo passados mais de dois anos. No Amazonas, a população mais vulnerável sente na pele as consequências de todas as crises que decorreram da emergência de Covid-19, entre elas o desafio de manter os hábitos de higiene; os impactos na saúde psicológica, receio da vacinação e, atualmente, a falta de alimentos e o aumento das estatísticas de pobreza e fome.
Todos esses aspectos são abordados na websérie documental “Retratos do Amazonas: impactos da pandemia de Covid-19 ”, uma iniciativa da ONG Visão Mundial que vai contar, em nove episódios, diferentes histórias de pessoas beneficiadas nas quatro frentes de atuação do projeto Resposta à COVID-19 no Brasil – Amazonas unido pela prevenção, realizado pela Visão Mundial, com financiamento do Escritório de Assistência Humanitária (BHA) da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
Relatos comoventes sobre a insegurança alimentar ganham destaque na série. Somente sobre este tema serão quatro capítulos. Neles, o cenário da falta de alimentos é um fator presente, e leva adultos a deixarem de comer para priorizar as crianças ou adotarem escolhas alimentares de baixo valor nutricional.
“Nas ações de resposta à emergência no Amazonas, nos deparamos com situações de extrema vulnerabilidade, escassez e de fome. Uma realidade dura, porém, que precisa de atenção. Com a websérie, nosso objetivo é mostrar as dificuldades comuns das famílias, nosso esforço para aliviar a insegurança alimentar e, principalmente, sensibilizar mais pessoas e organizações para trabalharem na causa”, destaca Daiane Lacerda, gerente do projeto na Visão Mundial.
Ao todo, o projeto promoveu segurança alimentar para 4.227 famílias, entregando até quatro rodadas de cestas de alimentos e recargas de cartão de alimentação. Na fase de extensão, estão sendo destinadas mais 43,5 toneladas de alimentos e R$ 394,9 mil reais em recargas de cartão alimentação para 2.096 famílias em oito (8) municípios do estado.
Impacto positivo do projeto
Nesta iniciativa emergencial, a Visão Mundial contempla famílias de áreas urbanas e ribeirinhas de Anamã, Anori, Careiro, Careiro da Várzea, Iranduba, Manacapuru, Manaquiri, Manaus, Novo Airão e Presidente Figueiredo. Em todas as atividades, juntamente com os kits de benefícios, são realizadas palestras e orientações sobre hábitos de saúde, orientações de apoio psicossocial e de proteção a crianças e adolescentes.
Segurança alimentar: famílias atendidas pelo projeto recebem cestas de alimentos ou cartões de alimentação. O investimento total deve passar de R$6,3 milhões de reais e 16.969 pessoas beneficiadas, das quais 7.853 são crianças.
Saúde: distribuição de kits de infraestrutura e materiais de prevenção, complementando as condições físicas das unidades básicas de saúde, visando aumentar a capacidade de atendimento à população. Entre os itens distribuídos, destacam-se máscaras descartáveis, luvas, termômetros, barracas, mesas e cadeiras, ventiladores, além de kits de desinfecção, álcool em gel e sabonete líquido durante as ondas de pandemia no estado.
WASH: na frente de Saneamento, Água e Higiene, as 600 famílias e 600 pequenos empreendedores foram contemplados com kits de higiene e prevenção à COVID-19, totens de álcool em gel e lavatórios de mão. Escolas e instituições sociais também receberam os benefícios. Considerando o total de 840 dispositivos de sanitização instalados tanto no setor de WASH quanto de Saúde, a estimativa é que os equipamentos em uso tenham um potencial de alcance de mais de um milhão de pessoas por estarem situados em locais de grande circulação.
Proteção: a atenção psicossocial e fortalecimento da rede local de proteção à criança e adolescentes e outros grupos vulneráveis também fazem parte do escopo do projeto. Nesse eixo de atuação, foram treinados 3.129 profissionais da rede de apoio, com informações, treinamentos e melhores práticas sobre os cuidados psicológicos, situações de violação de direitos e doenças de saúde mental ocasionadas ou intensificadas pela pandemia. Palestras sobre proteção às crianças e adolescentes também foram realizadas para mais de 10 mil pessoas.
