Apesar de não ser encarada com bons olhos, a queda dos fios é algo fisiológico, correspondendo ao ciclo do pelo – nasce, cresce, estabiliza e cai. Essa fase dura aproximadamente dois meses e é normal, pois trata-se de um período de renovação capilar. No entanto, quando acontece em excesso, pode ser um sinal de alerta.

A alopecia androgenética, popularmente conhecida como calvície, é um problema que pode levar à perda total ou parcial dos cabelos. Apesar de ser mais comum entre o sexo masculino – estima-se que 80% dos desse público com mais de 80 anos sofra do problema, conforme indica a Sociedade Brasileira de Dermatologia – o mal também pode afetar mulheres. Nos homens, a perda de cabelo tende a se concentrar no topo do couro cabeludo. Já no sexo feminino, é mais difusa.

Mas, afinal, quando a queda capilar pode ser considerada normal e quando pede uma atenção maior? Carlos Correa, gerente de pesquisa e produtos da Mahogany , marca especializada em produzir e comercializar cosméticos de alto padrão, explica que, no processo de queda natural de cabelo, os fios se soltam da raiz com o bulbo – “pontinho branco” – e é bem comum que ocorra nos momentos de lavagem ou na hora de penteá-los. Já na queda relacionada com a alopecia androgenética ocorre atrofiamento do fio, que se desprende com o bulbo. Em casos de quebra, eles podem se romper em qualquer parte comprimento, deixando pedaços desiguais no comprimento.

Principais motivos

O especialista comenta que, além de medicamentos, genética e o avanço da idade, outros fatores contribuem para o caimento desenfreado das madeixas, dentre eles: estresse; alterações hormonais; deficiência de vitaminas; má alimentação; lavar o cabelo com água muito quente; fumar; uso frequente de boné ou chapéu; baixa ingestão de água; secador de cabelos.

“Para ter um cabelo saudável, é fundamental uma atenção maior quanto ao couro cabeludo. Além disso, uma alimentação balanceada assegura as vitaminas e minerais necessários para o bom funcionamento do corpo, incluindo o ciclo de queda capilar”, informa.

Como evitar?

Para Carlos, uma rotina de cuidados adequada com os fios é fundamental para combater o problema. “Higienizar regularmente, preferencialmente dia sim e dia não, ajuda a não ter o acúmulo de secreção, sebo e resíduos de poluição na região, responsáveis pelo desenvolvimento da caspa, coceira, foliculite e queda acentuada dos fios”, indica.

A cautela quanto aos procedimentos químicos também é recomendada. De acordo com o gerente, quando as madeixas passam por químicas, como alisamentos ou tinturas, é bem comum que fiquem mais quebradiças e com tendência à queda. “Nesses casos, em que os fios estão ficando mais frágeis e ralos, é indicado dar uma pausa na química até que ele se recupere e investir em produtos específicos de fortalecimento. Eles possuem ativos que asseguram o tratamento de toda a estrutura capilar”, diz.

O expert ainda reforça que, caso note-se que a queda dos fios ocorre de forma fora do comum, mesmo com o uso de produtos adequados e com uma rotina de cuidados, é preciso procurar um dermatologista para um diagnóstico mais preciso.