sábado, 4 maio, 2024
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 Semana de 4 dias: psicóloga defende que jornada reduzida ajuda a combater burnout

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A discussão que propõe reduzir a jornada de trabalho para quatro dias na semana ganha força ao redor do mundo e foi inclusive pauta no Fórum Econômico Mundial de Davos deste ano. Alguns países já colhem resultados com esse tipo de iniciativa, como os Emirados Árabes Unidos, que implantou no início do ano uma semana mais curta e com isso viu uma redução de 55% nas faltas dos funcionários e 70% deles declarando que a mudança trouxe mais eficiência no trabalho. Para especialistas em saúde mental, a jornada reduzida também contribui para diminuir a incidência de transtornos mentais, como a síndrome de burnout.

“Experiências em todo o mundo já deixaram claro o quanto esse modelo pode ser vantajoso, tanto financeiramente para as empresas, quanto para o bem-estar e a saúde mental dos funcionários. Com isso, torna-se uma importante contribuição para diminuir a incidência de quadros como o burnout. Talvez esse seja um dos maiores ganhos da jornada reduzida para a sociedade”, defende Milene Rosenthal, psicóloga e co-fundadora da Telavita, clínica digital de saúde mental.

O International Stress Management Association (ISMA-BR) coloca o Brasil como segundo país com maior número de trabalhadores afetados pelo Burnout. Segundo a Organização Mundial da Saúde, somos também líderes em taxa de pessoas com ansiedade e o quinto lugar em casos de depressão. Esses números se agravaram com a pandemia e, desde então, muitos profissionais têm priorizado melhores condições de trabalho em detrimento de outros aspectos, como salários, por exemplo.

“O burnout vem acometendo milhões de trabalhadores ao redor do mundo, por conta de longas jornadas e excesso de estresse no trabalho. Oferecer condições mais acolhedoras pode ser um diferencial para as organizações. Um dia a mais de descanso já ajuda a baixar os níveis de estresse e a aumentar o bem-estar. Há mais tempo para o descanso, o convívio em família e para desocupar a mente das obrigações. Isso também aumenta a produtividade e o foco, porque a mente fica mais limpa e quando necessário consegue se concentrar melhor”, explica a psicóloga.

Recentemente, um levantamento feito pelo Harvard Business Review apontou que colaboradores satisfeitos são 85% mais eficientes, 31% mais produtivos e 300% mais inovadores. Estudos como esse têm levado muitas empresas a repensarem seus modelos operacionais, buscando conciliar a saúde mental e o bem-estar de suas equipes com melhores performances e resultados.

Em 2019, a Microsoft, no Japão, testou uma semana útil de quatro dias e o resultado foi incremento nas vendas, redução no consumo de energia em 23% e aumento de 40% na produtividade. Depois disso, países como Bélgica, Suécia, Islândia e Estados Unidos também tiveram algumas ações, assim como empresas brasileiras. Por enquanto, a experiência nacional não tem ido na contramão dos resultados globais.

“É um processo de adaptação e cada corporação é capaz de analisar o modelo mais conveniente para sua realidade e que seja possível de viabilizar. Mas as iniciativas já concretizadas demonstram que há processos dentro das empresas que são desnecessários e evitam uma maior qualidade de vida para seus profissionais. Revendo isso, todos têm a ganhar. Um ambiente corporativo mais saudável é benéfico para todos”, finaliza Milene.

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