Iemenitas receberam de braços abertos um cessar-fogo nacional mediado pela ONU que entrará em vigor na noite deste sábado, um fiapo de esperança em um país assolado por um conflito de sete anos que deixou milhões de pessoas com fome, na pobreza e desabrigadas.
Mas após várias tentativas sem sucesso de paz e mais um ano de violência cada vez pior, os cidadãos locais receberam as notícias com cautela.
“A trégua é boa, mas eu não tenho fé em seu sucesso, porque cada um dos lados tem uma interpretação diferente de como implementá-la e ela entrará em colapso”, disse um eletricista de 38 anos chamado Murad Abdullah, em Aden, capital interina do governo do Iêmen.
A trégua de dois meses, que coincide com o começo do mês do Ramadã, é a primeira vez desde 2016 que os lados do conflito concordam em aplicar um cessar-fogo nacional.
A funcionária pública Ibtihal al-Arashi viu o acordo como temporário, apontando para fracassos anteriores em tentativas de paz durante o Ramadã.
“Queremos encerrar esta guerra absurda. Queremos paz de verdade, sob um Estado civil que protege direitos e liberdades”, disse.
O acordo inclui uma paralisação de operações militares, incluindo ataques entre fronteiras, e também permite importações de combustível em regiões controladas pelo grupo Houthi, alinhado com o Irã, e alguns voos comerciais que operam da capital tomada pelos houthis, Sanaa.