quarta-feira, 15 maio, 2024
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Boas escolhas no décor dos ambientes residenciais contribuem com a qualidade de nossa saúde mental

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A preocupação com a saúde mental nunca registrou patamares como os alcançados atualmente entre os brasileiros. Segundo pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Ipsos, cinco em cada dez brasileiros apontam que essa questão é o principal problema do país em termos de bem-estar da população. Ainda de acordo com estudo conduzido por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Chile, o Brasil apresenta as maiores taxas de depressão em toda América Latina.

Diante desse cenário, além das iniciativas relacionadas aos tratamentos, a nossa morada se revela como um ponto fundamental e que contribui tanto para vivenciar boas sensações no seu refúgio particular, como para quem trilha a jornada de busca da satisfação pessoal. “Legitimamente, eu acredito que a arquitetura de interiores interfere diretamente em nossas sensações e é muito interessante perceber que a casa como um todo e o ambiente onde habitamos é um reflexo de como nos sentimos. Dentro de um processo de cura interna, é muito comum que os primeiros passos estejam atrelados à organização e, muitas vezes, até na realização de uma reforma”, comenta a arquiteta Isabella Nalon, à frente do seu escritório que leva o seu nome.

De acordo com ela, é bastante relevante o impacto da decoração residencial como uma ferramenta que expressa os sentimentos dos seus moradores, assim como impacta no aumento do estresse ou atua como agente que impulsiona o acolhimento e percepções positivas.

Bastante ligada às questões da saúde mental, a arquiteta Isabella Nalon selecionou referências valiosas que incorpora em seus projetos:

Organização em primeiro lugar

Cômodos com uma nítida desordem criam a impressão de caos e perturbação da mente. Por meio de arranjo muito bem planejado, o visual conquistado, bem como a facilidade de localizar aquilo que se procura atuam diretamente na diminuição do estresse e ansiedade, além de proporcionar ao morador a percepção de controle sobre o ambiente. Segundo a especialista, a manutenção da limpeza e a restauração dos itens em seus devidos lugares ajudam na contínua possibilidade de desfrutar dos benefícios trazidos pela arquitetura de interiores. “Gosto sempre de ressaltar que a ausência de cuidados em casa pode piorar nossa saúde mental. Paredes sujas, tecidos velhos, tapetes manchados, objetos quebrados e uma sorte de itens acumulados são referências muito ruins”, delibera a arquiteta.

As cores fazem toda a diferença

A escolha das cores na decoração de interiores se relaciona com a saúde mental dos moradores, uma vez que dentro do círculo cromático, para cada uma são atribuídos um grande espectro de sensações. Na busca pela leveza e o equilíbrio, paletas compostas pelo branco, azul, o rosa e o verde, por exemplo, permitem a criação de uma atmosfera suave. Por outro lado, cores vibrantes como amarelo, laranja e vermelho influenciam no sistema nervoso, causando agitação. “A psicologia das cores descreve exatamente como cada cor impacta em nosso organismo e o comportamento, de maneiras diversas, em nosso cérebro”, discorre a profissional. Para a definição das tonalidades, é fundamental compreendermos a finalidade que o cliente deseja atribuir ao ambiente. “Pensando no relaxamento, a opção transita entre as cores neutras e leituras monocromáticas, sem uma mistura excessiva”, orienta.

Aposte em elementos naturais

Apostar em elementos oriundos de materiais orgânicos proporciona uma conexão automática com a natureza. O emprego de materiais como lã, algodão, madeira, argila, fibra e pedra, entre outros, resultam em ambientes mais aconchegantes e propícios para alcançar bons sentimentos como a felicidade, satisfação e o prazer de estar. “O artesanato que dá forma aos objetos decorativos nos entrega esse ‘que’ de espontaneidade e nos sustenta muito nessa missão”, reflete a arquiteta.

Atenção para uma iluminação adequada

A iluminação é outro fator que deve ser levado em consideração para a conquista de níveis salutares de nossas mentes. Além da abundante luz natural, na medida do possível, a arquiteta ressalta que um projeto luminotécnico mais aconchegante também concilia o uso de pendentes, luzes indiretas e focais. “Nesse mix, é primordial abrir espaço para a luz que adentra nossas casas, pois a ativação causada pela vitamina D interfere no ciclo do nosso organismo, aprimorando o sistema cardíacos e circulatórios. Sem contar que as aberturas para as esquadrias cooperam na regulação da temperatura do ambiente, pois favorecem a circulação de ar”, detalha Isabella.

Os móveis também podem ajudar

Os móveis tanto ajudam, como atrapalham – quando não estão alinhados com a essência do projeto. Sendo assim, é relevante selecionar os modelos certos para cada ambiente considerando fatores como a ergonomia, material, dimensões e estilo. Através dessas informações, a arquiteta afirma que é possível designar definições mais assertivas e saudáveis para compor o décor e, ainda sobre o mobiliário, o conceito de conforto implica em oferecer uma postura correta que, por sua vez, ajuda a prevenir dores nas costas, lesões musculares e uma respiração mais apurada. Na questão estética, ela relata que design e tamanho também são responsáveis por conceber ambientes agradáveis, atraentes e prazerosos.

Paisagismo

Coisas simples cooperam para a saudabilidade de nossas mentes e o contato com elementos naturais é um desses recursos que devem ser aplicados de acordo com as delimitações do projeto. A arquiteta finaliza dizendo que a criação de espaços para práticas de atividades físicas é outra estratégia que o projeto de arquitetura de interiores pode propiciar. “Manter uma rotina equilibrada, com hábitos saudáveis, sono em dia, uma boa alimentação e o exercício corporal complementam toda a estrutura que nós, profissionais de arquitetura, buscamos entregar aos nossos clientes”, conclui Isabella.

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