O presidente do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM), Marcus Evangelista, considera que o cartão de crédito é o inimigo número um das finanças pessoais. “Quais são os cuidados que você tem que ter? Primeiro organizar as datas de vencimento. Nada adianta você ter vencimento antes do seu recebimento, isso vai te induzir ao endividamento. E, lógico, o mais importante também é você respeitar a sua capacidade financeira. E os bancos não têm essa preocupação, muitas vezes eles acabam te ofertando cartões de crédito muito acima da tua capacidade é de pagamento e você acaba usando esse limite achando que faz parte do seu salário. Na verdade, o limite de cartão de crédito é da financeira. Então, você tem que entender que, se você usar demais, vai chegar uma fatura para pagamento e você não vai ter dinheiro suficiente. Vai pagar o mínimo e aí vai dentro da cilada dos juros altos em torno de trezentos a quatrocentos por cento”, explica.
O economista diz ainda que é preciso organizar as dívidas e tentar negociar. Ele considera que um acordo pode trazer alívios, mas deve começar pela organização das finanças.
“Se você estiver endividado, qual a melhor saída? Você procura colocar no papel todas as dívidas, quais são os cartões, qual é o valor da dívida e negociar. Não adianta você fugir e ela vai ficar te ligando, mandando mensagem, SMS, WhatsApp. Então, o ideal é você enfrentar essa dívida colocando, lógico, os limites para valor de parcela”, considera, alertando ainda que é necessário escolher parcelas que estão dentro do seu orçamento.
“Não adianta você querer agradar a financeira, se você entrar num novo endividamento. Então, coloca parcelas dentro da sua capacidade para você conseguir honrar o compromisso e se livrar de vez dessas dívidas. Cartão de crédito é muito bom, porque traz uma série de benefícios, além de você poder trazer um fluxo de fôlego no seu caixa, né? Por meio da compra parcelada, você também tem uma série de benefícios, cashback, e milhas, porém, você tem que saber utilizar. Caso você, de fato, não consiga, o ideal é você tirar ele da carteira e passar a comprar somente à vista”, aconselha.
Evangelista sugere que ao perder o controle dos gastos com o cartão, ao invés de pagar o mínimo, é melhor buscar um crédito pessoal como medida para reduzir os juros da dívida. “Vamos imaginar que você perdeu o controle e o endividamento só cresce a cada mês. O ideal é você buscar primeiramente no seu banco que você tem relacionamento e tentar um crédito pessoal que chama-se CDC. Ou o empréstimo consignado. As duas opções, as taxas de juros são bem mais baratas do que os juros cobrados pelas financeiras de cartão de crédito. Obviamente essa é a melhor saída. Buscar um juro mais barato para substituir um juro mais caro”, aconselha.
De acordo com o Mapa do Serasa, as principais dívidas do Amazonas são as utilities (27%), isto é, gastos com consumos básicos como água, luz e gás. Em seguida vêm o varejo (26,4%) e os bancos e cartão (20,7%).