domingo, 12 maio, 2024
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Christian Dunker promove uma leitura sensível e humanizadora sobre o luto

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Christian Dunker escreve sobre luto. Christian Dunker, psicanalista e professor, se debruça sobre as principais teorias do luto, políticas do luto e lutos espectrais, depressão e melancolia para apresentar uma leitura sensível e humanizadora sobre o luto em seu novo livro, Lutos finitos e infinitos, lançado pelo selo Paidós da Editora Planeta. A obra, que já é considerada referência no tema, aborda o luto ao longo da história, em diferentes tempos e sociedades, e apresenta um novo modelo fortemente baseado nas premissas teóricas da psicanálise, em exemplos clínicos entremeados com narrativas culturais e em memórias pessoais do autor.

Certa vez, durante uma conferência, Dunker foi questionado em relação à escassez de materiais sobre o luto em português. Decidiu, então, reunir e traduzir os artigos científicos que já tinha publicado e desenvolver uma obra referência que abrangesse a magnitude do assunto, em aspecto teórico e humano. Para isso, ultrapassou as barreiras acadêmicas e expôs o seu campo pessoal, compartilhando as memórias do luto que viveu ao perder a mãe. Para além de seu processo individual, ele buscou contemplar o coletivo: “Escrevo este livro atravessado pelo luto de minha mãe, mas também pela indignação com as mortes desnecessárias geradas pela política sanitária brasileira no enfrentamento à pandemia de covid-19 no Brasil”.

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Segundo o autor, o luto é um processo individual e solitário, mas também coletivo. É o trabalho de recomposição, simbolização, subjetivação da perda, seja de uma pessoa ou situação. O trabalho do luto é um ciclo infinito, apesar de cada luto ter uma durabilidade única – sendo finita ou infinita – a interligação entre eles, seja própria do indivíduo ou de um coletivo, ocasiona com que essa roda continue girando. “Ainda que Freud tenha descrito o luto como um processo individual, que tem começo, meio e fim, na prática psicanalítica vemos que os lutos se interligam e dependem de processos coletivos.”, escreveu o professor.

Esta visão contemporânea do luto se fez a partir da análise e, posteriormente, da atualização das obras de filósofos como Sigmund Freud, Jacques Lacan e das próprias teorias da psicanálise. Além de apresentar um novo modelo de luto, Dunker aprofunda as concepções lacanianas de depressão e da melancolia por meio da distinção entre lutos finitos e lutos infinitos e acrescenta uma nova patologia a suspensão do luto: o funcionamento bordeline.

Lutos finitos e infinitos aborda um dos temas mais relevantes da contemporaneidade de forma humana ao conectar as próprias memórias às premissas teóricas da psicanálise. Christian Dunker não produziu apenas um modelo inédito de luto, mas uma das maiores obras da modernidade que já é considerada, mesmo antes do lançamento, uma referência.

FICHA TÉCNICA

Título: Lutos finitos e infinitos

Autor: Christian Dunker

ISBN: 978-85-422-2139-8

480 páginas

R$ 119,90

Selo Paidós | Editora Planeta

SOBRE O AUTOR

Christian Ingo Lenz Dunker, nascido em 1966, pai de Mathias e Nathalia, é psicanalista e professor titular do departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP. É analista membro da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano e coordenador do Laboratório de Teoria Social, Filosofia e Psicanálise da USP. Fez seu pós-doutorado na Manchester Metropolitan University, sendo professor convidado em mais de quinze universidades internacionais. Duas vezes agraciado com o prêmio Jabuti, por Estrutura e constituição da clínica psicanalítica (Anablume, 2012) e Mal‑estar‑sofrimento e sintoma (Boitempo, 2016), publicou mais de uma centena de artigos científicos e capítulos de livro, além dos mais recentes Por que Lacan? (Zagodoni, 2017), Reinvenção da intimidade (Ubu, 2017) e O palhaço e o psicanalista (Planeta, 2019). Colunista do jornal Zero Hora e do blog da Boitempo, participa incisivamente da vida política nacional, seja por meio de intervenções públicas, projetos sociais ou de seu canal no YouTube. Seus trabalhos sobre cultura de condomínio, patologias do social e lógicas de sofrimento têm extrapolado os muros da psicanálise e alcançado uma abrangência na filosofia política, na educação, na saúde pública e nas ciências da linguagem.

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