quinta-feira, 16 maio, 2024
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Cuidados com hidratação e relações sexuais são importantes para evitar infecção urinária

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No Brasil, o verão traz consigo tanto o calor e como o Carnaval, que mesmo com a pandemia ainda é um período aguardado de descanso. Contudo, nesses dias mais quentes, a falta de alguns cuidados básicos pode anunciar também o risco aumentado de uma infecção urinária. De acordo com os urologistas Frederico Xavier e Rodrigo Lima, membros da Singulari Medical Team, a falta de hidratação e de atenção com a higiene, especialmente após relações sexuais, pode contribuir para o problema.

Infecção urinária é sexualmente transmitida?

O médico Rodrigo Lima afirma que é preciso desfazer a crença de que a infecção urinária é transmissível sexualmente. Contudo, o especialista ressalta que isso não significa que cuidados básicos podem ser ignorados e aconselha cautela, especialmente para as mulheres. “Como explicado, a questão do menor comprimento do canal urinário acarreta maior risco de infecção ao longo da vida. Assim, múltiplos parceiros sexuais, uso de espermicidas vaginais, ingerir pouca água, ficar com a bexiga cheia por muito tempo sem urinar, uso de ducha higiênica intravaginal, entre outros, são fatores de risco importantes para surgimento dessas infecções”, lista.

Realmente, um desses pontos deve ser tratado com maior atenção em épocas festivas: a ingestão de líquidos. Embora o calor cause sede, é importante entender que a hidratação adequada é feita com a ingestão de água. Essa ingestão está ligada à frequência urinária, que aumenta o risco da doença quando é diminuída.

Mais comum em mulheres

Como explica Rodrigo, a infecção urinária é a contaminação bacteriana mais comum no ser humano. “De todas as consultas médicas realizadas, 1,2% nas mulheres e 0,6% nos homens são devido a infecções de urina”, afirma. Contudo, o médico explica que o corpo feminino sofre mais com o problema.

De fato, trata-se de uma questão de anatomia. O formato do órgão feminino acaba fazendo com que a mulher seja mais exposta ao risco de contaminação.

“Pelo menos metade das mulheres terá um episódio de infecção urinária na vida, principalmente pelo fator anatômico do comprimento da uretra feminina. Como ela é bem mais curta do que no homem, isso aumenta o risco de migração de alguma bactéria da região anal ou vaginal, com entrada para o canal urinário. Ao longo da vida, algumas mulheres podem desenvolver infecções urinárias de repetição, com pelo menos três episódios por ano”, esclarece o especialista.

E nos homens?

Já para os homens, o urologista Frederico Xavier reforça que o problema tem relação um pouco maior com a idade. “Na população masculina os casos acontecem com mais frequência na infância, devido à fimose, e após 45/50 anos, em vista do crescimento benigno da próstata”, pontua.

Atualmente, ainda que esse aumento de tamanho seja comum, especialmente em homens com idade mais avançada, não existem causas claras para isso. A explicação mais provável está na alteração nos índices hormonais natural ao envelhecimento do organismo. Porém, esse crescimento pode atrapalhar o esvaziamento adequado da bexiga, levando ao maior risco de infecção urinária.

Tipos de infecção e tratamentos

Como esclarece Frederico, existem dois tipos de infecção urinária. Nas baixas, também conhecidas como cistites, apenas a bexiga é afetada e é comum o paciente sentir ardência para urinar, dor no abdome inferior, sensação de não ter esvaziado toda a bexiga, urina com odor forte e aumento da frequência urinária.

Já nas altas, ou pielonefrites, o quadro clínico costuma ser mais importante, muitas vezes com febre associada, vômitos, piora do estado geral e dor na região lombar. Ainda assim, o urologista reforça que em qualquer que seja a suspeita é fundamental consultar um médico especialista para determinar o melhor tratamento a ser seguido.

“Nas cistites, existem diversas opções de tratamento ambulatorial, com dose única de antibióticos por via oral ou até três dias de uso, na maioria dos casos. Já nas pielonefrites, o tratamento é mais prolongado. Pode haver necessidade de internação, a medicação dura entre sete e 10 dias e, algumas vezes, pode ser preciso usar antibiótico venoso”, completa.

Por fim, Frederico ressalta que outros fatores devem ser observados quando o assunto é infecção urinária como histórico familiar, presença de cálculos urinários, uso de sondas ou cateteres urinários, pacientes imunossuprimidos (transplantados, diabéticos, etc.), malformações da via urinária, gestação, uso recente de antibióticos, entre outros. Em caso de suspeita, o urologista recomenda que a pessoa procure um especialista.

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