sexta-feira, 17 maio, 2024
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Escolha de contraceptivo pode influenciar na dor de cabeça

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A dor de cabeça é uma enfermidade extremamente comum no público feminino, tanto que, segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, cerca de 70% das mulheres apresentam pelo menos um episódio ao mês. Com isso, há muita especulação sobre se há alguma relação entre a doença e os métodos contraceptivos: como saber se a dor é um efeito colateral do contraceptivo e quais são os métodos mais indicados para quem costuma ter esse tipo de incômodo.

Segundo o ginecologista Ricardo Bruno (que é Mestre e Doutor em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Chefe do Serviço de Reprodução Humana do Instituto de Ginecologia da UFRJ e Diretor Médico da Exeltis Brasil), primeiro é importante entendermos que há diversos tipos de dor de cabeça. “Existem mais de 150 tipos diferentes, que podem estar associados a diversos quadros clínicos. Para sabermos qual o método de contracepção é mais indicado, precisamos entender qual tipo de dor de cabeça a paciente tem, pois em determinados casos há contraceptivos mais indicados e, até mesmo, contraceptivos contra indicados”, explica o especialista.

Bruno esclarece que para pacientes com cefaleia leve ou moderada não há contraindicação para qualquer método, porém no início do uso de pílulas anticoncepcionais (geralmente nas primeiras duas cartelas) é possível ter, como efeito adverso, cefaleia simples. Além disso, para mulheres que já possuem uma cefaleia crônica é possível que haja uma piora no quadro.

Porém, o ginecologista alerta que no caso de enxaqueca é preciso ter um pouco mais de atenção. “A enxaqueca simples não contraindica nenhum método contraceptivo, porém considera-se ser melhor dar preferência pelos métodos somente com progestagênio, seja pop, implante ou DIU, porque acredita-se que o estrogênio piore as enxaquecas, apesar de termos poucos trabalhos de comprovação científica que comprovem essa ligação”, conta o especialista.

Existem ainda pacientes que possuem enxaqueca com aura, que geralmente são acompanhadas de náuseas e vômitos. A aura é descrita como a presença de sintomas ou sinais que antecedem ou ocorrem logo após o início da enxaqueca, os mais importantes são faixas de luz (escotomas luminosos), cegueira transitória ou parcial, alterações na fala e tremores nas mãos. O doutor explica que para essas pacientes não é indicado a utilização de nenhum método hormonal combinado, ou seja, que tenham estrogênio e progestagênio. “Nesses casos devemos usar contraceptivos somente de progestagênio, pois o uso de estrogênio pode aumentar de 2 a 3 vezes o risco de acidente vascular cerebral”, diz Bruno.

O doutor também faz questão de ressaltar a importância de procurar um ginecologista para iniciar o uso ou trocar o método contraceptivo. “Por isso, é tão importante que a paciente procure um especialista antes de iniciar a contracepção. Há diversas questões que precisam ser analisadas antes de definir qual método contraceptivo será usado, para que a escolha seja a melhor opção para a paciente, de acordo com seu objetivo e com seu histórico médico”, conclui o ginecologista.

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