sexta-feira, 19 abril, 2024
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Jogador profissional, Wendell Monteiro quer que mais pessoas tenham acesso ao eSport

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Natural de Taguatinga (DF), Wendell Monteiro, mais conhecido como Wendibre, já tem uma longa história no futebol virtual. O gamer coleciona títulos no Fifa e é um dos grandes nomes brasileiros no cenário dos eSports. Para coroar a trajetória vitoriosa, Monteiro foi convidado pelo Paris Saint Germain para treinar e revelar novos talentos para a modalidade. Na entrevista a seguir, você descobre mais sobre o jogador, sua trajetória e planos para o futuro. Confira:

Quando você começou a jogar? Tem um jogo ou console favorito? Conta um pouco da sua experiência com os games antes de se profissionalizar.

Eu comecei a jogar mesmo era bem pequeno. Meu pai trabalhava como vendedor em uma loja de computadores, portanto eu cresci jogando coisas como ‘Doom, ‘Aladdin’, ‘Super Mario’, emuladores de Atari, Super Nintendo, entre outros. A partir daí eu comecei a prestar mais atenção no mundo dos jogos. Fui evoluindo para outros jogos e consoles, passei pelo Playstation 1, pelo Playstation 2, joguei alguns de tiro, RPGs no computador. Até 2009 eu joguei muito PES, mas a partir de 2010 eu passei a jogar FIFA, que é o jogo no qual eu acabei me profissionalizando. 

Em que momento você decidiu transformar o lazer em uma forma de ganhar dinheiro? Foi uma decisão sua mesmo?

Foi uma consequência. Quando eu estava crescendo, eu via meu pai jogar com os amigos e eu queria fazer parte daquilo. E isso me incentivava, só que eu era o ‘café com leite’ da rapaziada, o mais novo e mais fraquinho. Meu pai virava e falava que se eu quisesse jogar com eles, teria que aprender. Nisso fui aprendendo a bater falta, fazer dribles, escanteio, pênalti, etc. Chegou um momento que eu já conseguia jogar com eles e fui vendo que meu nível estava bom. Comecei a jogar apostando com meu pai. E isso foi gerando um sentimento de competitividade em mim. 

Em 2016, eu, no 3º ano do Ensino Médio, já estava competindo em pequenos torneios online. Na mesma época, participei de um campeonato brasiliense só por curiosidade e acabei vencendo e me classificando para o Campeonato Brasileiro, no qual eu fiquei no Top 4.  Nisso, eu ganhei uns dois mil reais e percebi que dava para ganhar dinheiro jogando. Fui atrás de mais torneios, de mais competições, equipes vieram falar comigo, patrocinadores vieram falar comigo, o resto é história, nunca mais parei.  

Como sua família reagiu a você querer seguir uma carreira de jogador profissional?

Hoje em dia ainda é estranho, imagina há seis anos. No começo, minha mãe reclamava muito, me botava pra lavar a louça ou queria que eu desligasse o videogame durante uma competição. Já meu pai sempre foi muito solícito, ele sempre gostou da ideia e apoiou muito. Então, foi algo que somente com o tempo a minha família passou a se acostumar com a ideia. Mas tenho parentes que até hoje não entendem muito bem como funciona a minha profissão. Mesmo assim, todo mundo me apoia, graças a Deus.

Como você equilibra as competições e toda essa parte dos jogos com o mestrado em direito?

Ocorreu que quando eu entrei na faculdade, no primeiro semestre de 2016, foi também quando comecei a atuar como jogador profissional de FIFA. Então, minha carreira e o curso de direito sempre andaram lado a lado. Eu me organizava bem para ter tempo para jogar e para estudar. Nunca foi um empecilho. Tanto que eu cheguei a me formar e agora estou fazendo o mestrado e, para falar a verdade, tem sido tranquilo. Estudo durante a semana e, normalmente, jogo sábado e domingo à noite. No direito também procuro conciliar os interesses. Atualmente sou advogado de algumas startups e alguns projetos relacionados ao eSport. Tenho conseguido unir bem os dois mundos. 

Qual seu maior orgulho como profissional do eSports e quais seus projetos para o futuro na profissão?

Meu maior orgulho é ser uma referência tanto no Amazonas, quanto em Brasília, além de ser o único representante do Paris Saint Germain Academy Sports na América. São duas coisas que me dão prazer em falar pros outros, que me deixa orgulhoso. Sou também um dos primeiros a palestrar sobre eSports, sendo de Brasília e sendo do Amazonas. 

Eu acho que meu meu principal projeto pro futuro no eSport é dar mais acessibilidade às pessoas para que eles possam jogar de modo profissional. Quero quebrar esse paradigma da sociedade de que jogo não dá dinheiro e auxiliar as pessoas mostrando o caminho para atingir esse objetivo, essa realização financeira. Minha ideia é que as pessoas consigam se divertir e ainda complementar a renda.

O objetivo, então, é utilizar o máximo possível a minha marca, meus contatos e minhas parcerias e cair para dentro de plataformas, de torneios, eventos, convenções, Campus Party, Feira de tecnologia e inovação ao redor do Brasil, tudo para divulgar cada vez mais essa realidade que vem se tornando mais latente na nossa sociedade

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