sábado, 18 maio, 2024
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LABVERDE anuncia artistas selecionados para o Programa de Residência ‘Ecologias Especulativas’

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Projeto que propõe residência na Floresta Amazônica, voltado para artistas de todo o mundo, realiza imersão em reservas ambientais e comunidades do Rio Negro, reivindicando a aproximação entre natureza e cultura em tempos de crise climática

Um grupo singular e criativo, composto por 13 artistas provenientes da Amazônia, do Brasil e de várias partes do planeta, está pronto para embarcar em uma verdadeira imersão em residência artística pelo maior bioma natural da Terra, a Amazônia. Promovido pelo LABVERDE, o programa Ecologias Especulativas foi criado para explorar os limites da arte com a promoção de experiências autênticas e confronto entre disciplinas, envolvendo as artes, as ciências, os saberes tradicionais e a natureza.

Com curadoria da pesquisadora amazonense Lilian Fraiji, o programa Ecologias Especulativas visa promover a criação de novos conteúdos artístico e culturais sobre as questões socioambientais, gerados pelo conhecimento teórico, experiência prática e pela troca profissional na Floresta. Durante 10 dias, artistas, ativistas, antropólogos, filósofos, ecólogos e agentes de conhecimento tradicional, se reúnem para trocar conhecimentos e promover novas abordagens para a promoção da justiça climática na Amazônia.

A imersão acontece do 3 ao 12 de agosto e conta com o patrocínio da Natura EKOS. Seis artistas brasileiros foram selecionados e ganharão passagem, hospedagem, alimentação, além de 3 mil reais para desenvolverem suas pesquisas na área das Artes. Além da experiência em campo, o grupo também participa de uma série de palestras, workshops, expedições e debates para aprofundar seu conhecimento sobre a diversidade sociobiológica da Amazônia e contextualizar a Região em um cenário global na era do Antropoceno, era geológica marcada pelas transformações humanas na formação da terra.

A chamada aberta para inscrição no programa Ecologias Especulativas recebeu 807 inscritos, provenientes dos 5 continentes do Globo, 23 capitais Brasileiras e representativos de várias linguagens e expressões da área da cultura. O processo seletivo, contou com um comitê de jurados composto por Lilian Fraiji, diretora geral e artística da plataforma LABVERDE (AM), Vandria Borari, artista indígena e defensora dos direitos humanos de Alter do Chão (PA), Jonathan Nunes designer e pesquisador em Arte do Complexo do Alemão (RJ).

Os selecionados são Dayrel Teixeira é artiste visual de Manaus, escritor e ativiste das periferias; Rudy Loewe, natural de Londres, utiliza pintura e desenho para construir espaços de troca entre comunidades negra, queer e trans; Sioduhi, do Povo Piratapuya de São Gabriel da Cachoeira (AM), é designer de moda, pesquisadxr e pesquisa técnicas de tingimentos naturais; Diane Burko, artiste americana, cuja prática está situada na interseção entre arte, ciência, meio ambiente e engajamento político; Laiza Ferreira, de Ananindeua (PA), é artiste visual e trabalha com colagens fotográficas evocando o tempo e o espaço da Amazônia; Rulan Tangen, bailarina americana, cria performances e coreografias mesclando cosmologias ecoculturais, enraizadas em corpos como fonte de saber; Walla Capalobo, performer mineira, seu trabalho como investigadora e artiste caracteriza-se pela incorporação da vida e da regeneração; Juan Ferrer, designer multimedia chileno, criado do “Museo del Hongo”, cujx trabalho enfatiza a emoção pela ciência e paixão pela arte; Vagné L. artista, produtxr musical, mobilizador cultural e pesquisadxr baiano, dedicado à música experimental, design, composição e livecoding; Yoichi Kamimura, original do Japão, é artista sonoro e observa a relação entre a emoção evocada pela natureza em paisagens musicais; Maria do Rio Negro é artista visual e performer de Manaus, com foco em linguagens híbridas entre a fotografia, instalação e happening; Denise Ackerl, artista austríaca, investiga estratégias de resistência a partir de uma perspectiva da performance feminista; Ingrid Weyland, é fotógrafa Argentina, explora a forma, a imagem e a composição sobre a fragilidade dos ecossistemas. Laryssa Machada, artista visual de Porto Alegre, constrói imagens enquanto rituais de descolonização, trabalhando com LGBTQIA+’s, indígenas, povo da rua, caminhando pela desinvasão brazil enquanto prática de educação visual.

AÇÃO COLETIVA

Além do grupo de artistas, a residência conta com a participação de um time de 20 especialistas locais, a participação do filósofo francês Emanuele Coccia, que é professor das Universidade de Harvard e École des hautes e autor do best-seller “A Vida das Plantas – Uma metafísica da mistura”, e participação da convidada especial Vanda Witoto, que é ativista pelos direitos humanos da Amazônia, educadora política e liderança indígena de povo witoto.

A residência tem o apoiado do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), University of the Arts London (UAL) e Embaixada da França no Brasil.

“A arte é um dos vetores mais importantes para a geração de informação e conhecimento. Para nós, é um prazer participar por mais um ano dessa iniciativa tão genuína que busca, por meio de um residência na floresta, aproximar a natureza e a cultura, além de contribuir com o desenvolvimento de artistas tão talentosos”, comenta Tatiana Ponce, CMO e head de pesquisa e desenvolvimento para Natura Global. “Natura Ekos está presente na Amazônia há mais de 20 anos e toda a nossa cadeia produtiva na região contribui para conservar cerca de 2 milhões de hectares”, finaliza a executiva.

O que é o programa LABVERDE?
LABVERDE: Ecologias Especulativas é um programa de imersão artística, com duração de dez dias, na Floresta Amazônica para estreitar a relação entre a natureza, a arte e as ciências e discutir o papel da cultura na conscientização das questões socioambientais da Amazônia.

Quando e onde será realizado?
A jornada acontecerá do 2 ao 13 de agosto, próximo a Manaus, possibilitando acesso a distintos ecossistemas e paisagens: Reserva Florestal Adolpho Ducke, Hidrelétrica de Balbina, Baixo Rio Negro e Mosaico de Conservação do Rio Cuieiras.

Quem participa?
Um time de artistas, cientistas, filósofos, antropólogos, ativistas, curadores e comunitários.

Quem são os organizadores?
O programa foi desenvolvido em colaboração entre Manifesta Arte e Cultura e o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA).

Manifesta Arte e Cultura: é uma produtora cultural interessada nas novas formas de criar e disseminar conhecimento sobre a Amazônia e o meio ambiente. Voltada para fomentar conteúdos que estimulem uma relação consciente entre o homem e a natureza, Manifesta explora os limites das artes por meio de experiências locais, conhecimentos transdisciplinares e diferentes perspectivas culturais.

INPA: Referência mundial em biologia tropical, desenvolve pesquisas, levantamentos e inventários sobre fauna e flora, além de investigar o uso sustentável dos recursos naturais da Amazônia.

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