segunda-feira, 6 maio, 2024
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Moda indígena fortalece loja colaborativa do Casarão de Ideias

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 Desde a última semana, a loja colaborativa do Centro Cultural Casarão de Ideias, localizado na Rua Barroso, 279, bairro Centro, Zona Sul de Manaus, passou a contar com peças da Sioduhi Studio, marca que tem conquistado cada vez mais adeptos e busca valorizar o orgulho da origem indígena.

De acordo com Sioduhi Lima, que dá nome a marca, a ideia de comercializar as peças no Casarão de Ideias partiu do próprio diretor do espaço, João Fernandes. “Esse convite dele (João), que recebi com muita felicidade, chegou no momento certo, pois estava planejando para este ano levar as criações para Manaus”, comenta ele.

Ele diz “levar” porque, atualmente, Sioduhi, que é nascido em São Gabriel da Cachoeira, interior do Estado, reside em Rio Branco, no Acre. Ainda de acordo com o designer, neste primeiro momento serão disponibilizadas, no Casarão, as camisetas “icônicas”, como descreve, escrito ‘Indígena’, ‘Originárie’, ’23 Povos’, entre outras. “Em abril também chegarão as peças da nova coleção ‘Manioqueen’, com aplicação de tecnologia maniocolor, corante à base de casca de mandioca”, adianta ele.

Originário do povo Piratapuya, do Alto Rio Negro, Sioduhi afirma que poder comercializar suas criações em um espaço como o Casarão de Ideias é uma grande oportunidade. “É uma forma de fortalecimento e continuidade do meu trabalho enquanto designer, mas também uma possibilidade de alcançar mais pessoas”.

Início

Sioduhi revela que seu interesse por moda surgiu ainda na adolescência, quando compartilhava com os amigos mais próximos sobre o sonho de trabalhar no ramo fashion. “Desenhava croquis e gostava da ideia de me comunicar com o vestir. No entanto, esse sonho parecia muito distante do lugar da onde venho, nos cenários do Amazonas, São Gabriel da Cachoeira e do Alto Rio Negro. Em 2018, estudei modelagem de vestuário em São Paulo, mesmo antes, já era MBA em Gerenciamento de Projetos e Administração de Empresas. Essa minha formação me deu base para poder além de afinar minha criatividade, gerenciar a Sioduhi Studio”, conta.

Sua primeira coleção, a ‘Dabacurí’, nasceu em 2020, no ápice da pandemia. Conforme ele, sua inspiração surge de suas vivências e transmissões orais enquanto Piratapuya, que nasceu e cresceu na comunidade indígena (aldeia) e transpassou para centros urbanos.

Ainda para este ano, Sioduhi afirma que seus projetos serão mais voltados para sua casa, a Amazônia, e crê que é preciso descentralizar a moda do eixo Sul-Sudeste brasileiro. “Enquanto indígena amazônida, sinto como se fosse uma missão, pois chegou-se o momento de nós contarmos a nossa própria história”, finaliza.

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