terça-feira, 30 abril, 2024
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Prevenção pode evitar um terço dos casos de câncer de cabeça e pescoço

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Anualmente, no dia 27 de julho, é celebrado o Dia Mundial de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço. De acordo o INCA (Instituto Nacional de Câncer) dos 640 mil casos novos de câncer estimados para este ano, aproximadamente 43 mil são tumores de cabeça e pescoço. A data visa conscientizar a população sobre a importância da prevenção.

O câncer de cabeça e pescoço já é considerado o sexto tipo de tumor mais comum no mundo. Embora cresçam de maneira silenciosa, com poucos sinais e sintomas, a boa notícia é que cerca de um terço deles pode ser evitado. Componentes do sistema respiratório e aparelho digestivo como boca, língua, faringe, garganta, glândulas salivares, seios paranasais, tireoide, entre outros, fazem parte desse grupo de cabeça e pescoço, que podem apresentar nódulos. Entre os homens, o tipo de câncer mais comum é o de boca, e o mais frequente entre as mulheres é o da glândula tireoide, dentro da classificação do câncer de cabeça e pescoço.

Segundo o INCA, o número de novos casos de câncer da cavidade oral estimado para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 15.100 casos, correspondendo ao risco estimado de 6,99 por 100 mil habitantes, sendo 10.900 em homens e 4.200 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 10,30 casos novos a cada 100 mil homens e 3,83 a cada 100 mil mulheres.

Já, o número estimado de casos novos de câncer da laringe para o Brasil, para cada ano do triênio de 2023 a 2025, é de 7.790 casos, correspondendo ao risco estimado de 3,59 por 100 mil habitantes, sendo 6.570 casos em homens e 1.220 casos em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 6,21 casos novos a cada 100 mil homens e 1,09 a cada 100 mil mulheres. Projeções a longo prazo da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que haverá 27 milhões de novos casos de câncer em 2030.

“Um nódulo persistente no pescoço de consistência firme e endurecida, dificuldades para mastigar e engolir, lesão na boca que não cicatriza de 10 a 14 dias com sangramento contínuo, pacientes que se engasgam com frequência e rouquidão prolongada por mais de três semanas são alguns dos sintomas para o câncer de cabeça e pescoço. É importante ficar atento a esses sinais”, explica o Dr. Cheng Tzu, oncologista e coordenador do Núcleo de Tumores de Cabeça e Pescoço do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

De acordo com o oncologista, adotar hábitos saudáveis como uma boa higiene bucal e a ida periódica ao dentista, para que seja realizado exames clínicos é fundamental na prevenção e diagnóstico da doença. “É importante o dentista valorizar sempre a queixa do paciente, como por exemplo, lesões que não cicatrizam há mais de 10 dias e, caso houver alguma suspeita, direcionar o caso para um oncologista, para uma análise e definição da melhor conduta terapêutica”, esclarece.

Fatores de risco

O cigarro e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas são os fatores de risco mais conhecidos. Porém estudos recentes publicados pelo Johns Hopkins Oncology Center, nos Estados Unidos, mostram que o HPV (papilomavírus humano) é um dos fatores que estão em alta na predisposição do desenvolvimento do câncer de boca.

Em geral, o câncer causado pelo HPV é menos agressivo localmente, mas pode comprometer os linfonodos do pescoço de maneira mais rápida. No entanto, são mais sensíveis às terapias cirúrgicas ou aos tratamentos com radioterapia e quimioterapia. Quando diagnosticados em estágio inicial, as chances de cura podem chegar a 90%.

Enquanto o hábito de fumar vem diminuindo, o número de casos de HPV segue em direção contrária. “Ele está associado, principalmente, aos tumores de orofaringe em pacientes na faixa etária de 40 a 50 anos, decorrente do ato sexual sem proteção, o que resultou em um significativo aumento de casos de tumores de cabeça e pescoço sem histórico de tabagismo e alcoolismo, por exemplo”, explica.

Formas de tratamentos específicos

Tanto a radioterapia como a sua combinação com a quimioterapia e a cirurgia podem curar muitos pacientes portadores deste tipo de câncer. É importante que a escolha do tratamento se dê pela avaliação do time multidisciplinar envolvendo no acompanhamento de cada paciente para melhor coordenação do cuidado e êxito no desfecho de cada caso.

Previna-se!

Evite o consumo excessivo de bebidas alcoólicas;

Procure manter uma alimentação saudável, com o consumo de frutas, legumes e verduras, e evitar o consumo em excesso de alimentos embutidos e industrializados

Mantenha a higiene bucal em dia;

A vacina contra o HPV oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, deve ser amplamente divulgada e discutida com o médico. Os pais e responsáveis devem estar atentos à incidência crescente de tumores relacionados ao vírus entre os jovens e buscar vacinar os seus filhos nesta faixa etária;

Para os pacientes expostos aos fatores de risco, buscar o acompanhamento regular com um cirurgião de cabeça e pescoço, isso é fundamental para detectar precocemente alguma lesão suspeita;

Abandone o cigarro. Esta é a melhor maneira de evitar a maioria dos cânceres de boca, faringe e laringe.

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