Projeto de estudante amazonense vence mostra internacional de ciência e tecnologia

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O projeto Amazônia Chibata Ariá ganhou 1º lugar na Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec Liberato) na categoria Bioquímica e Química do Ensino Médio/ Técnico, nesta sexta-feira (25/10), durante o evento de premiação no Teatro Feevale, em Novo Hamburgo (RS).

Realizado pelo estudante amazonense Eli Minev Benzecry, de 17 anos, do Colégio Connexus, com orientação da pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Noemia Ishikawa, o trabalho teve como objetivo investigar e valorizar o ariá, um tubérculo tradicional da Amazônia.

A Mostratec é realizada anualmente pela Fundação Liberato na cidade de Novo Hamburgo. No evento, são apresentados projetos de pesquisa em diversas áreas do conhecimento humano realizados por jovens cientistas da Educação Infantil ao Ensino Médio, incluindo a Educação Profissional Técnica de Nível Médio. A 39ª edição da mostra contou com participantes de 12 países e 795 projetos de pesquisa.

Além da medalha de Primeiro colocado na categoria e o prêmio Associação Brasileira de Incentivo à Ciência (ABRIC) de excelência científica, Eli recebeu o convite para publicar o projeto na Revista Mostratec Liberato. 

O estudante também recebeu convites para participação na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília, que seria realizada em novembro, e no evento Society for Science to host 2025 Regeneron International Science and Engineering Fair (ISEF), que ocorrerá em Columbus, em Ohio (EUA), em maio de 2025.

“Fico muito orgulhoso de poder trazer essa conquista pro Amazonas, já que é um estado com um potencial imenso na área científica. Saber que há a valorização dessa área é algo que conforta e traz esperança.  Para o futuro, espero que o projeto do Ária se prolongue e impacte mais vidas, provando cada vez mais seus benefícios”, declara. 

O início da pesquisa

A orientadora do projeto e pesquisadora Noemia Ishikawa ressaltou que o interesse pelo ariá no estudante iniciou por conta de uma memória afetiva em relação ao tubérculo. 

“Eu estudo cogumelos, mas o Eli não se interessou por eles, porém quando falamos sobre o ariá lembrei que tinha uma memória afetiva deste tubérculo. Então, Eli me disse que a avó dele também adorava ariá. Assim, começamos o estudo. Jamais pensei que chegaríamos tão longe”

A pesquisadora destacou o entusiasmo que Eli dedicou à apresentação do projeto, o que lhe mostrou as chances de premiação.

“A alegria foi contagiante a todos que passavam pelo nosso estande, inclusive, dos avaliadores. Comecei a perceber e confiar que ele tinha chances de ganhar medalha. A mãe dele, Ilana Minev, não mediu esforços para chegar a tempo de ver o filho levar a bandeira no Amazonas por quatro vezes no palco do teatro Feevale. Foi muito emocionante”, declarou.

A mãe de Eli, Ilana Minev, reforçou a importância de incentivar os jovens a explorar o potencial científico da região. “Através da ciência, eles não apenas conhecem as riquezas e potencialidades locais, mas também despertam um senso de pertencimento e responsabilidade com o futuro da Amazônia”, afirma.

Amazônia Chibata Ariá

A pesquisa objetivou resgatar as memórias afetivas ligadas ao consumo do ariá, além promover a popularização, sustentabilidade e melhora da segurança alimentar, especialmente durante a época de seca na Amazônia.

O trabalho envolveu um levantamento bibliográfico sobre diferentes nomes populares atribuídos ao ariá (Goeppertia allouia), informações arqueológicas e históricas e as propriedades do ariá.

As conclusões do projeto destacam a importância do ariá como um alimento sustentável e nutritivo, essencial para a segurança alimentar das comunidades amazônicas, principalmente em tempos de mudanças climáticas. 

Jovem manauara premiada

Além de Eli, outra jovem manauara também foi premiada. Maíra Moreira de Almeida, de 18 anos, que atualmente estuda na Fundação Escola Técnica Liberato Salzano, na cidade de Novo Hamburgo, também foi destaque com o projeto GlicAlert, um dispositivo de medição de glicose. O trabalho foi desenvolvido também com a estudante, Renata Carpes Pinheiro.

“Começamos no final de 2023, com o desenvolvimento deste projeto, e temos o objetivo de desenvolver um dispositivo de medição de glicose de uma forma não invasiva, confortável e com um bom custo benefício para todos os pacientes de todas as faixas etárias”, explica. “O prêmio representa muito mais do que uma conquista pessoal,  simboliza a possibilidade de impacto positivo na sociedade e reforça nossa vontade de contribuir com soluções tecnológicas para problemas de saúde pública”.

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